quinta-feira, janeiro 21

Opção Fundamental - Identidade e Experiência Existêncial


Experimentem colocar três ou mais pessoas com curiosidade existencial num só espaço, e o resultado é um coração cheio. 
Normalmente, dizem, que não podemos viver sem o outro, faz parte da condição de sobrevivência. Assumimos que não podemos falar de um Eu sem alteridade, isto porque somos uma construção a partir do Outro, mesmo as nossas motivações pessoais ou profissionais são o desenrolar de um processo profundo que teve origem em alguém que não em nós mesmos. (familiar ou social). 
Como lidamos, constantemente, com sensibilidades vitais múltiplas, isto é, corpo, intelecto, espiritualidade e raízes sociais, tentamos gerir as informações do Outro com as nossas próprias sensibilidades, por vezes temos medo de nos desentender, mas, quem tem medo de se desentender, nunca poderá entender-se. Na intersubjetividade não há lugar ao julgamento, só ao entendimento.   
Ora, conseguimos perceber que somos dependentes dos outros, quando confrontados com a Escolha.   
Não ter a capacidade de decisão por si só, (não-decidir é já uma decisão) compromete-nos connosco de forma existencial, ao invés da escolha por si, que nos remete para a responsabilidade da ação. 
Decidir e escolher são oportunidades que nos valorizam enquanto Ser e as relações múltiplas, a que estamos sujeitos, ajudam-nos a confrontar Eu enquanto comunicação do Outro. 
No entanto, sentimo-nos, muitas das vezes, condenados a uma liberdade aparente, isto é, a uma fonte de insatisfação, a um vazio que nos leva a uma frustração, por vezes, medo de aceitar e de ser aceite.  
Todos procuramos opções de vida que nos tornem felizes e insaciavelmente apaixonados pela curta vida que temos. A opção fundamental é perceber, nalgum momento o que queremos ter em mão, e a partir desse momento chave usamos a nossa existência para dar sentido ao nosso projeto de vida. Como chegamos à opção fundamental? Não chegamos. Vamos morrer sozinhos e desamparados, sem nunca ter descoberto a verdade que nos ampara. O sorriso da fotografia é evidência dessa mesma descoberta. Há que imaginar que somos felizes. Porque só assim o conseguiremos ser. 

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