Não consigo perceber
por que razão as empresas de recrutamento estão inundadas de técnicos com
formação em psicologia, cuja rebeldia intelectual não está habilitada a
integrar a diversidade da relação humana com o conhecimento acumulado do
humanismo e competente do pensamento.
Não estou a dizer que
os formados em psicologia a exercer cargos na área do recrutamento sejam uns
incompetentes, não! O que estou a dizer é que o recrutamento, no atual paradigma,
tem os dias contados.
A automação é já
um risco concorrente às empresas de recrutamento, num futuro próximo
surgirá um algoritmo que substituirá tais criaturas humanas e habilitadas
a escolher pessoas para diferentes cargos e funções.
A tecnologia une as pessoas,
mas não cria vínculos de relação.
A criação de vínculos
de relação é função dos recrutadores, através do conhecimento que tem sobre o
ser humano tem a obrigação de dar garantias e vínculos realistas que suportem
uma visão empática sobre as funções e as motivações do trabalho. No entanto, o
conceito de recrutador irá desaparecerá, pois os psicólogos, os recrutadores do
presente, não têm conhecimentos teóricos nem práticos para tal desafio, nascerá
um outro conceito, o de acolhedor.
A psicologia não
acolhe, porque não está preparada para tal. Chegou a hora dos humanistas, dos
filósofos, historiadores e antropólogos terem um papel integrador nas empresas,
porque a sua natureza é de acolher e integrar sem complexos.
Fiquei com esta
percepção dos psicólogos recrutadores porque estou no mercado em busca de uma
nova carreia! Entre entrevistas, open day e testes psicotécnicos não encontrei
em algum momento algo que a automação não possa fazer. A grande vantagem que eu
vejo na automação é que consegue ser menos intimidante do que o psicólogo
recrutador.