quarta-feira, agosto 24

Encalhados


Diz-se encalhado a todo aquele que está onde não deve estar, ao ex-cêntrico -fora do centro-, aquele cuja função representa uma natureza modificada. Encalhado é o oposto do movimento, o que está parado.
No entanto, esta natureza extrema tem um sentido declarado de ilusão sobre uma liberdade ligada ao nada, a um não ser, a uma rejeição da sua virtude.
Há encalhados, e encalhados.

terça-feira, agosto 23

Acerca da Conquista no Amor


Dia após dia vamos sendo um bocadinho mais para nós. Esta sensação maravilhosa de conquista, de consciência que os relacionamentos são uma maratona e não um sprint, a sensação de ter todo o tempo do mundo para alguém, para nós.
É como se estivéssemos a tecer um tapete, o tapete das nossas vida, o tapete dos nossos Eus. Um tapete onde há desenhos mais ou menos bonitos. Um tapete que muitos vão querer pisar ou esconder no lugar das coisas perdidas.

Este tapete é um tapete inacabado, que procura estar em constante transformação. Sem tamanhos, sem formas, sem utilidades, só um tapete.
Somos os artesãos, somos as Moiras, somos aquilo que quisermos ser. No limite, seremos um tapete, um belo, mas imperfeito tapete.


domingo, agosto 21

Expressão


Ao exprimir-nos corremos um risco...mas quando nos calamos, estamos a demitir-nos da verdade.
Que horror!
Isto parece aquela música dos Clã...


Não Essencial



Essência significa o que é, "o que verdadeiramente é". Numa linguagem filosófica, o conceito de essência assume aquilo pelo qual o ente é determinado  a estar presente ou ausente. Já Essencial é o que constitui a essência. 
Muito difícil? 
Eu sei, para mim também. 
Ironicamente, estes conceitos foram explorados, de forma muito rigorosa, por um povo, que mais tarde se veio a perceber, não ter entendido o que é a essência e o essencial, reduzindo tudo à sua volta em algo não-essencial.

sexta-feira, agosto 19

Remedios Varo Uranga - Dead Leaves


Os nossos desejos e experiências devem ser interpretados da forma mais radical possível, sem complexos. 
Não podemos viver como a ruiva que Remedios Varo apresenta em "Dead Leaves": cujo desejo de desconstruir o passado em busca de uma consolação poética que leva a uma negação modelada da sua própria vida, isto é, da sua experiência. 
Saibamos interpretar, não sentados, nem sozinhos, o radicalismo que foi e é a nossa vida. 
Uma ruiva, com aqueles atributos, incapaz de se ligar aos outros, precisa, inevitavelmente, de algo mais...algo que a leve a construir e a assumir os seus desejos... Afinal, desconstruirmos para construir, certo? 

quinta-feira, agosto 18

Por onde andas?


Normalmente, o que mais desejamos é o que mais nos aterroriza.

segunda-feira, agosto 15

Maturidade da consciência


Maturidade da consciência:

Encontrar o lugar certo para nós (eu e ela), e vi-ver a banalidade do dia-a-dia como uma bênção.

quinta-feira, agosto 11

Descobrir o estóico que há em nós


Só um estóico consegue conceber a ideia de dor no amor. Só alcançamos a felicidade se percebermos como o outro funciona e, a partir daí, viver como se de uma maratona eterna se tratasse. O pior é que nem todos querem ser estóicos, mas todos querem a felicidade sem dor. Quem não quer?

terça-feira, agosto 9

Felicidade enclausurada


Imaginemos que teríamos 300 caracteres para conseguir atrair a mulher da nossa vida. Que palavras usar? O que reforçar; riqueza e promessas? Escrever o que valorizamos - ou não- na pessoa e aquilo que somos e o que não somos, mas ansiamos ser ou ter? Poderá o amor caber num espaço de 300 caracteres?

(usei 300 caracteres para escrever este texto)

domingo, agosto 7

Guarda de Objectos


Na Filosofia o Objecto, é aquele que se opõe, o que a-parece em frente ao sujeito, numa análise redutora, é tudo aquilo que não é consciente, por isso é que fica de fora do sujeito, do que verdadeira-mente interessa, mas que ainda assim possui a capacidade de ser guardado, catalogado, apreendido pelo sujeito. Ainda bem que existem lugares com sujeitos que guardam objectos, os nossos objectos.


A foto foi tirada no estádio do dragão, Porto.

sábado, agosto 6

Os Inúteis de Fellini e a fabulosa despedida com sabor a prelúdio.

 
A nossa vida é um conjunto de rotundas; umas maiores, umas mais pequenas, umas com mais ou menos saídas.
Uma rotunda presume uma entrada e uma saída, existe para facilitar quem anda na estrada, quem se movimenta, consegue criar a ilusão que somos livres e cuja decisão do caminho é nossa
Moraldo, grande Moraldo. Aquele desassossegado que em Os Inúteis de Fellini provoca o nosso espírito a fazer algo, a reflectir sobre a nossa rotunda.
Fellini, através de Moraldo, não nos diz como sair da rotunda, vai mais longe, diz-nos que quando pensamos na rotunda, na nossa rotunda, é sinal que já estamos fora dela, um sintoma de que encontramos-nos a caminho do desconhecido, numa espécie de salto de fé existencial.
Moraldo, na sua despedida com sabor a prelúdio, enquanto se despede de Guido, fica constrangido por não saber qual o seu destino. Este é o momento, é a chave da nossa natureza inquietante, mais do que saber para onde vamos, temos que ir, temos que embarcar, confiar na rebeldia do nosso espírito e seguir rumo ao sossego, porque sentindo o desassossego, conseguimos escutar, e escutando, conseguimos partir.
:
G: Se não sabes para onde vais, porque vais?
M: Não sei. Tenho que sair daqui, tenho que partir.
G: Mas não estás cá bem?
M: Adeus Guido...
:
Bem Vindo, Moraldo!

quinta-feira, agosto 4

Desejos


Platão dizia que "os três desejos de toda a gente são: ter Saúde, ser Rico de modo honesto e ser Belo". Eu cá contento-me com o ser Belo, não se pode ser tudo, certo?

quarta-feira, agosto 3

Cônscio


Nada lhe escapa. É espelho da alma, da natureza humana, dizem. Consegue aproximar, consegue afastar, consegue identificar, mas também consegue odiar. O Olhar, sim, esse elemento transversal a todos nós. Aquele cujo "outro olhar" expõe, que nega, que possibilita e aponta ao próprio a ilusão da verdade e do espaço. Vivemos em lugares de olhares, de variados olhares disfarçados de azuis, castanhos, cinzentos, verdes e negros, todos eles olhares disponíveis a reduzirem-nos ou a transcender-nos.
De olho em ti e de olho em mim, é assim na terra dos olhares.

terça-feira, agosto 2

Acerca da Espera


Esperar pressupõe uma chegada, um acontecimento, portanto! Existe uma condição na espera. A melancolia é a condição que dinamiza a espera, vejam o caso de Penélope; aquela que entrelaça fios sob fios, aquela que des-constrói presentes, construindo futuros. É nesta temporalidade que a espera se opõe à melancolia, reduzindo e transformando a esperança em confiança porque só com confiança, num futuro desentrelaçado, conseguimos esperar no presente. O que esperamos nós? Mas mais importante que o que esperamos é como esperamos.

segunda-feira, julho 25

sexta-feira, julho 22

A dança dos pés canhotos



Video filmado numa NIKON D3300 a 21-07-2016 em homenagem a Robert Bresson.

quinta-feira, julho 21

Mãos segundo Robert Bresson



A cinema deverá, mais do que uma imitação da realidade (mimésis), deverá ser autentico na forma e no acto de criação de valores que possibilitem a construção de uma linguagem ilimitada, mas ponderada.

quarta-feira, julho 20

Victoria e o plano sequência




Victoria é um filme realizado em plano sequência.
Victoria é uma personagem com uma carência afectiva (solidão + incompreensão = carência por cumplicidade). 
No entanto, esqueçam lá a Victoria... aliás, esqueçam as personagens do filme.
Fui ver o filme por mera curiosidade intelectual. Queria ver como o realizador Sebastian Schipper se saiu, tecnicamente, com o desafio de filmar 2 horas e 20 minutos em plano sequência.
Apesar da narrativa do filme ser pobre, muito pobre, o exercício cinematográfico apresentado pela equipa de Schipper irá, certamente, colocar Victoria na história do cinema europeu.
O filme pode ser, na minha perspectiva, entendido com a forma como olhamos o movimento. Mais; estamos tão obcecados com a técnica e com o fluxo que daí deriva que nos esquecemos da imagem real, da vida real, das pessoas reais.
Victoria é o sintoma da experiência estética e da metodologia que encerra a lógica da experiência humana é, portanto, um vislumbre daquilo que já foi o cinema clássico, i.e., a técnica sobrepõe a natureza dialéctica das personagens sem que haja possibilidade de vinculação entre as mesmas.
Mesmo assim, Victoria é um bom exercício cinematográfico, mas não passa disso, infelizmente!

segunda-feira, julho 11

Billions [T1 EP5]


"Perguntar o que uma pessoa é, abstraindo-nos da sua própria auto-interpretação, é formular uma questão fundamental mal orientada, para a qual, em principio, não poderá haver resposta. Nós não somos eus da mesma forma que somos organismos, nem temos eus da mesma forma que temos corações e fígados."

-Charles Taylor, Sources of the Self

quarta-feira, julho 6

Søren Kierkegaard - Definição de Homem


O homem é espírito. Mas o que é espírito? É o eu. Mas, nesse caso, o eu? O eu é uma relação, que não se estabelece com qualquer coisa de alheio a si, mas consigo própria. Mais e melhor do que na relação propriamente dita, ele consiste no orientar-se dessa relação para a própria interioridade. O eu não é a relação em si, mas sim o seu voltar-se sobre si própria, o conhecimento que ela tem de si própria depois de estabelecida. O homem é a síntese de infinito e de finito, de temporal e de eterno, de liberdade e de necessidade, é, em suma, uma síntese. Uma síntese é a relação de dois termos. Sob este ponto-de-vista, o eu não existe ainda.


-O desespero humano: doença até à morte

quarta-feira, junho 29

Palavra do dia: Hipostasiar


Atribuir existência substancial ou real ao que é ficção ou abstracção.

terça-feira, junho 28

O problema da intuição




Será a linguagem o maior problema da intuição?
Como comunicamos a intuição?
Que signos ou conceitos podemos usar?
Qual o objecto da intuição?
O espírito?
É possível conceptualizar o que não é conceptualizado?
Qual o método para entender a intuição?
Há uma consciência da intuição?


segunda-feira, junho 27

Homenagem a Edward Hopper


Hopper é, provavelmente, o meu pintor favorito. Primeiro, porque é um devoto da solidão. Segundo, porque pinta muito bem. Nem mais, nem menos.

sábado, junho 25

A Paixão atrasa a velocidade


Virilio tinha razão, a velocidade cria rápido e destrói mais rápido ainda. Este "assalto à natureza humana", consequência da vida moderna, cria um não-lugar na linguagem humana, o espaço reduz-se e por conseguinte não conseguimos convergir no diálogo.  
Só a paixão nos pode salvar.
Estando apaixonados, ouvirmos o outro e somos ouvidos, quase como um sinfonia perfeita entre matéria e forma.
Partilhamos músicas - como mensagens subliminares -, partilhamos excertos de literatura esquecida, discutimos o concerto de verão, e cremos, que em cada partilha, o outro se identifique com as nossas motivações. 
Apesar de não criarmos poesia, sentimo-nos poetas de um espaço partilhado, de um lugar nosso.
A paixão atrasa a velocidade destrutiva, e só ela nos pode salvar da ironia do dito desenvolvimento.
Estando apaixonados conseguimos que nos oiçam, isto é, conseguimos ser ouvidos.
Ganhamos tempo.
Partilhem, criem, sonhem,
Apaixonem-se.
Só a paixão nos pode salvar.

sexta-feira, junho 24

Ciber - Democracia

“De facto, seria muito surpreendente que a Internet conseguisse mudar, através da tecnologia, o profundo desencanto político que a maioria dos cidadãos mundiais sente”

-Manuel Castells 
A Galáxia Internet


quarta-feira, junho 22

A culpa é sempre do lobby


Escrevi AQUI a 21 de Abril de 2016, que ver a Rueff como a cara de activação da marca CGD não era muito inteligente (memória BES).
Poucos meses depois surge a noticia do "buraco" na CGD e prontamente o nosso governo muda a direcção executiva do nosso banco. Foi à concorrência (a pior concorrente) e formou uma equipa com um curriculum q.b. Um deles é o Miguel, homem simples, solteiro e sem geração, como quem diz... o lobby, aquele lobby, portanto!
Este é o cenário que consigo prever a médio prazo:
Miguel, vem da área seguradora - Allianz. A Fosun vai ficar com o Novo Banco e a Fidelidade sai de vez da CGD por conflito de interesses (e vende os 10% da Fidelidade, para abater ao prejuízo). Cabe ao Miguel resolver este processo transitório e criar uma seguradora especifica do ramo vida, para dar suporte comercial, aposto que já há nome: Caixa Seguros, com Certeza.
Venha o Miguel.

segunda-feira, junho 20

Nada como um mau Phishing para começar bem a tarde

Esta tentativa de "phishing" é tão clássica que mereceu a minha resposta ao "pescador". É por isto que mantenho a hotmail.

quinta-feira, junho 16

terça-feira, junho 14

Um olhar deslocado sobre a Cidade de Coimbra


Ruínas sem história. Bestas polidas. Transeuntes adormecidos. É na cidade, através da obra, que o ser humano, o citadino, se revela.
É necessária coragem para enfrentar a complexidade da nossa substância; 
natureza criadora, 
natureza destruidora,
natureza redentora,
é só escolher.

segunda-feira, junho 13

sábado, junho 11

Diálogos



- Nunca "Falhaste"?
- A esta distância, não!

segunda-feira, junho 6

Se fosse uma vedeta, Émile Durkheim faria parte da minha Entourage


"É preciso sentir a necessidade da experiência, da observação, ou seja, a necessidade de sair de nós próprios para aceder à escola das coisas, se as queremos conhecer e compreender."

sexta-feira, junho 3

“A relação protensiva entre Fé e Razão na Filosofia Medieval” - António Amaral

«Todo o homem quer entender; não existe ninguém que 
não o queira. Mas nem todos querem crer. Diz-me então 
alguém: “Entenda eu e acreditarei.” Respondo-lhe: “Crê 
e entenderás.” (...) Aquele suposto adversário (...) não 
emite palavras vazias de sentido quando diz: “Entenda eu 
e acreditarei”. (...) De certo modo é verdade o que ele diz. 
Mas também o é quando eu digo, com o profeta: 
“antes crê para entenderes” ».

-AGOSTINHO, Sermo 43.

Texto Completo AQUI

quinta-feira, junho 2

Grande Bosch


No meu julgamento final também quero ser elevado, aos céus, por anjos de negro. Sim, conto ir para o céu, para o paraíso, se isso não acontecer, paciência; sempre me dei bem com advogados, políticos e somalis.


segunda-feira, maio 30

Coimbra, terra das Fronteiras?!


Ontem fui experimentar a minha máquina fotográfica. Convidei o artista plástico António Pedro (www.tope.pt) a ir dar uma volta pela cidade. O resultado foi este gif.
(Caro grafiter até o céu tem fronteiras)


House of Cards [T4 EP4]


terça-feira, maio 24

Existencialismo em Fight Club


O pós guerra trouxe os direitos humanos. Este documento, veio, de certa forma, substituir a moral que a Igreja já não conseguia transmitir.

Tínhamos que substituir a moral cristã por uma outra moral menos catequizadora, ou melhor, tínhamos que pegar na moral tipicamente cristã e reescreve-la sem Cristo. Foi assim que nasceu a declaração universal dos Direitos Humanos.
Abençoado Seja.


Sem objectivos nem lugar; sozinho, o homem tenta, a todo o custo, reescrever o seu lugar na história, no espaço e no lugar que é seu por direito. Este tipo de activismo - pós apocalíptico -  desencadeia no Ser a ideia de supremacia individual, de orgulho.



Agora que Deus morreu e não temos que viver subjugados a nada nem a ninguém, acabamos por nos sentir, finalmente, livres. Somos o nosso próprio destino. Esta supremacia individual e autentica, de nós mesmos,  permite dizer sim à vida, sim aos desafios, sim à simplicidade, sim ao individuo. 
No entanto, esta definição de nós próprios, trás outros desafios como a Negação da Morte.


A morte lembra-nos o quão frágeis somos e, o quão dependentes de um conforto eterno necessitamos. Conforto -este- que não pode ser dado pelo individuo, em parte, porque tudo aquilo que fizermos não impede a única verdade absoluta, a morte e "só a morte desperta os nossos sentimentos" e, depois de despertados, estamos, finalmente, preparados para o activismo genuíno das nossas vidas. Percebemos que somos seres criados e não-criadores.


segunda-feira, maio 23

Como será a Apoteose de um pintor ou escultor?



Como será a Apoteose de um pintor ou escultor? Bem... para um músico o resultado pode ser este.

Battlestar Galactica [T1 EP2]


Estudo de uma pena de peito de pavão - John Ruskin


"Há sempre no mundo mais coisas do que as que podem ver os homens, ainda que caminhem muito devagar; não as verão melhor por andarem mais depressa. As coisas realmente preciosas são uma questão de pensamento e de visão, não de velocidade. Uma bala não passa a ser boa por ser rápida, e o ritmo lento não diminuirá um homem, que seja realmente um homem, uma vez que a glória não está no seu andar, mas no seu ser."

domingo, maio 22

Amor, ódio e lembrança

É tão difícil encontrar uma música brasileira em que o conceito "me and you" não esteja presente.
Irra!
O que se passa com este povo?

quinta-feira, maio 19

Estudar Economia?

Somos moldados pelo conhecimento que adquirimos. 
Eu, por exemplo, 
Usei a religião para encher o meu coração.
Usei a Filosofia para encher a minha alma.
No entanto,
Irei usar a Economia para encher a minha carteira.
.
Está na altura de seguir outros caminhos.

quarta-feira, maio 18

O inaudito... Museu Futebol Clube do Porto

Quem disse que pão e circo nos distrai dos assuntos mais importantes da vida?

terça-feira, maio 17

A Amizade segundo Aristóteles vs Amizade segundo Publicitários

LIVRO VIII

"A amizade dos jovens, por outro lado, parece visar ao prazer, pois eles são guiados pela emoção e buscam acima de tudo o que lhes é agradável e o que têm imediatamente diante dos olhos; mas com o correr dos anos os seus prazeres tornam-se diferentes. É por isso que fazem e desfazem amizades rapidamente: sua amizade muda com o objeto que lhes parece agradável, e tal prazer se altera bem depressa. Os jovens são também amorosos, pois, na sua maior parte, a amizade que existe no amor depende da emoção e visa ao prazer; é por isso que tão depressa se apaixonam como esquecem a sua paixão, muitas vezes mudando no espaço de um dia. Mas é certo que tais pessoas desejam passar juntas os seus dias e a sua vida inteira, pois só assim alcançam o propósito da sua amizade."

-Ética a Nicômaco

Senhores publicitários da Super Bock.
Apesar de vos ter um ódio de morte, por motivos óbvios, sei que tentam fazer o melhor que podem, ou que sabem.
A subversão não está ao alcance de todos, eu sei... simpatizo com a vossa frustração. Devem ser pessoas que são admiradas pela vossa profissão e não pela personalidade charmosa e cativante que pensam ter. 
Imagino o vazio que sentem ao levantar-se pela manhã e a ansiedade que o fim de semana vos provoca.
Sofreram muito os dramas da amizade na adolescência? Vá... digam a verdade! Não tinham ninguém para saltar à corda?
Só para vos irritar, digam lá se esta publicidade da Chivas não está melhor que a vossa?
Vá... digam a verdade! 


  


segunda-feira, maio 16

Síndrome da playlist

Listas e mais listas. Adoramos listas. Spotify, YouTube, soundcloud, tinder, badoo etc... Gostamos de listas, é pratico e possuimos a ideia de controlo sob os nossos desejos. Queremos uma música, queremos uma pessoa, queremos um vídeo, é só escolher. Bem vindos ao síndrome da playlist. 
Recorremos a listas de frases soltas e descontextualizadas para nos consolar dos dias difíceis que a vida nos coloca: amor, trabalho, educação, família, amizade. 
Listas!
A ideia das playlists é antiga. É a vontade do usuário em agregar o seu próprio gosto. 
Vontade!
Síndrome da playlist é não conseguir controlar, sim... Controlar, aquilo que não é listavel. 
Há coisas que não são listáveis, são aleatórias e improváveis. 
Bem vindos ao síndrome da playlist. 



As minhas Laudes para esta semana


Sem mitos de homens a carregar pedras, nem unicórnios anões, a espiritualidade em Cristo é histórica, é real.
Só Nele arrancamos a verdade que procuramos, aliás, Dele temos o dom do gratuito e do belo, da paz e da serenidade e isso, por muito que queiramos, não é mito nem lenda, é real, é vida.

segunda-feira, maio 9

A Justiça pode ser cega, mas eu não!




Entrada da Sala de Audiência do Tribunal de Santa Comba Dão. No Estado Novo faziam-se boas coisas: António Lino - 1964

quarta-feira, maio 4

Bordalo II - Acrítica CRL, Carmo 81 - Viseu


A Acrítica é uma Cooperativa Cultural com sede na Rua Carmo 81 em Viseu. Para além de promover, isto é, potenciar -sem descriminar - autores, criativos ou simples pessoas que buscam atenção artística, esta cooperativa possui uma programação independente e equilibrada. Da música às artes plásticas, podemos encontrar neste espaço singelo um pouco de tudo. Em suma: um espaço para saborear um bom livro, ou discutir a castração de gatídeos abandonados.   
Passem por lá, se quiserem, e contemplem - enquanto bebem um chá de camomila - esta imponente obra de Bordalo II.
Será que vale a pena? Vale sim! Essa peça tridimensional (se é que lhe podemos chamar peça) é efémera, segundo Nuno Leocádio - Programador do espaço - a obra tem uma duração de 3 anos. 
Ide fazer festinhas, nem o gato vos morde, nem a cooperativa, visto ser tudo gratuito. 

segunda-feira, maio 2

Acerca da Velhice

É uma realidade contemporânea ver um filósofo, enquanto filósofo, numa Universidade. Kafka trabalhava em seguros, Espinoza era um avido polidor de lentes. Eu sou um vendedor de seguros durante o dia e caçador de recompensas à noite. Nos tempos livres escrevo uns pensamentos acerca do mundo. Nada irá derrubar o poder da minha criatividade.