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sábado, agosto 6

Os Inúteis de Fellini e a fabulosa despedida com sabor a prelúdio.

 
A nossa vida é um conjunto de rotundas; umas maiores, umas mais pequenas, umas com mais ou menos saídas.
Uma rotunda presume uma entrada e uma saída, existe para facilitar quem anda na estrada, quem se movimenta, consegue criar a ilusão que somos livres e cuja decisão do caminho é nossa
Moraldo, grande Moraldo. Aquele desassossegado que em Os Inúteis de Fellini provoca o nosso espírito a fazer algo, a reflectir sobre a nossa rotunda.
Fellini, através de Moraldo, não nos diz como sair da rotunda, vai mais longe, diz-nos que quando pensamos na rotunda, na nossa rotunda, é sinal que já estamos fora dela, um sintoma de que encontramos-nos a caminho do desconhecido, numa espécie de salto de fé existencial.
Moraldo, na sua despedida com sabor a prelúdio, enquanto se despede de Guido, fica constrangido por não saber qual o seu destino. Este é o momento, é a chave da nossa natureza inquietante, mais do que saber para onde vamos, temos que ir, temos que embarcar, confiar na rebeldia do nosso espírito e seguir rumo ao sossego, porque sentindo o desassossego, conseguimos escutar, e escutando, conseguimos partir.
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G: Se não sabes para onde vais, porque vais?
M: Não sei. Tenho que sair daqui, tenho que partir.
G: Mas não estás cá bem?
M: Adeus Guido...
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Bem Vindo, Moraldo!

quinta-feira, julho 21

Mãos segundo Robert Bresson



A cinema deverá, mais do que uma imitação da realidade (mimésis), deverá ser autentico na forma e no acto de criação de valores que possibilitem a construção de uma linguagem ilimitada, mas ponderada.

quarta-feira, julho 20

Victoria e o plano sequência




Victoria é um filme realizado em plano sequência.
Victoria é uma personagem com uma carência afectiva (solidão + incompreensão = carência por cumplicidade). 
No entanto, esqueçam lá a Victoria... aliás, esqueçam as personagens do filme.
Fui ver o filme por mera curiosidade intelectual. Queria ver como o realizador Sebastian Schipper se saiu, tecnicamente, com o desafio de filmar 2 horas e 20 minutos em plano sequência.
Apesar da narrativa do filme ser pobre, muito pobre, o exercício cinematográfico apresentado pela equipa de Schipper irá, certamente, colocar Victoria na história do cinema europeu.
O filme pode ser, na minha perspectiva, entendido com a forma como olhamos o movimento. Mais; estamos tão obcecados com a técnica e com o fluxo que daí deriva que nos esquecemos da imagem real, da vida real, das pessoas reais.
Victoria é o sintoma da experiência estética e da metodologia que encerra a lógica da experiência humana é, portanto, um vislumbre daquilo que já foi o cinema clássico, i.e., a técnica sobrepõe a natureza dialéctica das personagens sem que haja possibilidade de vinculação entre as mesmas.
Mesmo assim, Victoria é um bom exercício cinematográfico, mas não passa disso, infelizmente!

segunda-feira, dezembro 14

The Man with the Movie Camera(1929) - “O documentário está no cinema.”



Esta é a fonte do cinema Europeu. Quer se queira, quer não, este filme ainda hoje inspira gerações de realizadores e aspirantes ao mundo do cinema.
"Vertov alia a sua presença no filme e a presença do aparato cinematográfico à ideia de registar as pessoas sem que elas se apercebam."
Para um olhar mais atento: O Documentarismo do Cinema - Manuela Penafria (http://www.bocc.ubi.pt/pag/penafria_manuela_documentarismo_cinema.pdf)

sábado, outubro 30

Alain de Botton - O Sr. que vê Filosofia em tudo que é sitio de novo em Cinema

Já se encontra disponível para visualização online o filme My Last Five. Para quem já leu, admira, ou acha interessante o que o Sr. Alain de Botton faz com a filosofia (adapta a filosofia à vida quotidiana ) aqui está mais uma produção baseada num dos seus primeiros livros -Ensaios de amor.

Podem fazer o download aqui ou ver on-line e legendado aqui e ainda podem ler o livro comprando aqui

quarta-feira, dezembro 21

A sociedade violou uma recém nascida

Portugal acordou tarde. Uma criança foi violada, podemos dizer que muitos mais casos existem. É verdade, mesmo ao nosso lado, que fazemos? Nada.
Mas neste caso gravíssimo as coisas podem ser diferentes. Como? Simples.
O pai foi preso, o pai que poderia ser o nosso pai, mas um pai não deveria ser um pai?
Este era um pai das cavernas, um ser canibal, era um pai que nada tinha de pai, mas era um pai e sabem porquê?
É assim. Resumidamente o pai vai preso, mas não vai sofrer, não vai perceber porque está preso, não vai conseguir distinguir o mundo real do mundo das sombras, mas e se conseguíssemos levar este pai ao mundo real? Se fosse possível faze-lo perceber de que é um pai? O que aconteceria?
Vivemos num mundo cada vez mais complexo. Estamos aos poucos a entrar na caverna que outrora saímos.
Tudo isto para verem o filme : The War Zone de Tim Roth