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sexta-feira, março 31

Anos 80


Quando um corte de cabelo consegue definir uma década é porque algo de errado existia naquele tempo.

quarta-feira, fevereiro 18

Picos de sensibilidade, confrontos sem ideias

Eis uma belíssima reflexão de D. António Marcelino para o jornal A União
A crise que vivemos não é apenas económica. É ideológica, democrática, de sentido, de relação e incapacidade de respeito mútuo e de diálogo construtivo. Por tudo isto é, também, uma crise de ética e de valores morais que vai subvertendo os projectos e planos, necessários para que a vida pessoal e social tenha sentido e progrida.

Como chegámos aqui, é uma pergunta pertinente que pode e deve levar a uma reflexão necessária e consequente. Nunca se chega de um salto, mas degrau a degrau.
Embora não generalizada há uma crescente e alargada sensibilidade com picos frequentes, que levam à irritação e à não aceitação de qualquer crítica ou opinião contrária. Parece que todos estão contra todos, que meio mundo se organizou para atacar o outro, que sobram armas nas mãos e corações suspensos, sempre à espera do primeiro disparo. Tudo isto na política, no futebol, no mundo do trabalho, no interior do lar, na sala de aula, com azedume a extravasar para rua. Nesta cada dia se ri menos, se saúda menos, mas onde não falta gente a falar sozinha em voz alta e de telemóvel na mão a alimentar relações virtuais. Parece um mundo a caminhar ao contrário e a perder riqueza e sentido.

quarta-feira, fevereiro 4

Em 2009

A democracia não é sexy

No União de hoje
Na democracia os cidadãos são convidados a garantir a sua própria democracia. Esta premissa parece básica, mas, reside nesta responsabilidade a sobrevivência deste regime. A preservação deste direito (democracia) permanece unicamente no facto de termos o direito a um retorno. Este retorno é monetário (económico) e social. Os agentes democráticos não são os políticos, são as pessoas, os políticos são o meio para atingir o fim (democracia). Qualquer democrata que se preze, apela ao voto, e cria estruturas de incentivo ao voto. Desde que existe democracia em Portugal, nunca vi uma única campanha séria, sóbria e pragmática de incentivo ao voto, ao acto simbólico de votar, não conta a propaganda eleitoral, essa é um vestígio da outrora - Era democrática.
O problema básico deste regime milenar é que não é sexy. Gostamos do autoritarismo porque ele ferve de convicções suficientes para nos apaixonar. Em todos os países onde o totalitarismo ou autoritarismo reinou, as elevadas desigualdades sociais e o grande défice económico deixado por sucessivos governos, deixaram a convicção popular frágil e inconsciente da realidade, que neste caso, é a democracia.
O nosso Primeiro-ministro tem condições para reinar por mais uns quantos anos, não fosse ele amigo do Hugo Chávez, e mais, segundo o El País, ele é sexy. O acto de governar numa democracia não é difícil é só manter-se uma imagem bonita e atraente.
A democracia é flexível mas não é sexy, enquanto que, os sistemas anti-democráticos limitam-se a auto-proclamar e a instalar valores inflexíveis que a curto prazo resolvem os problemas económicos mas não os sociais, e quando estes se resolvem através da “mão de ferro” (para mostrar aos cidadãos empenho) então é porque estamos no fim da democracia. Não quero com isto dizer que vivemos num regime totalitarista ou autoritário, mas acredito que em Outubro, aquando das eleições Legislativas Nacionais, verei se os portugueses querem uma Democracia ou um regime totalitarista mas sexy.

quarta-feira, janeiro 21

O Milagre, a Sorte e a Experiência

Não há nada mais interessante e comovente que a sobrevivência. A sobrevivência é por si só um tema que vende muitos livros, é também um tema que liricamente apaixona qualquer pessoa.
Ultimamente temos assistido a várias manifestações que merecem destaque. O avião que aterrou num rio nos Estados Unidos da América provocou um efeito emocional muito interessante, porém, umas semanas antes, um cão era noticia por ter salvo um ser da mesma espécie em plena auto-estrada movimentada. O filósofo francês Merleau – Ponty, cuja simpatia intelectual não me agrada muito, referia caso fosse vivo, que nos “espantamos” com casos como estes porque -existimos para a consciência, ou seja, estamos no mundo quando estamos em consciência, isso faz com que certos fenómenos nos deixem sensibilizados. Só nos comovemos quando nos entranhamos verdadeiramente naquilo que os nossos sentidos captam.
Pode parecer complicado, mas não o é de todo. Quando se deu o acidente, a RTPN abriu o noticiário com; “MILAGRE NOS EUA”, aliás, penso que foi a única estação a proferir a palavra milagre, isto porque todas as outras insistiam em anunciar uma tripulação experiente, uma sorte à americana, enfim… não estou a defender que tenha ocorrido um milagre, mas inquieta-me pensar nas viabilidades argumentativas. Se um padre analisa-se a questão diria que teria acontecido um milagre, se fosse um matemático então era a probabilidade que ganhava, para aqueles que acreditam no Homem então a experiência e profissionalismo da tripulação foi crucial para a sobrevivência das pessoas, imaginem agora o que dirão os fabricantes do avião.
O que seria preciso para tornar o fenómeno desta natureza (acidente) numa explicação uniforme? Bem, não existiram mortes, o avião aterrou num lugar “seguro”, o capitão terá um prémio de carreira, e todos nós estamos conscientes do mundo em que vivemos. Merleau – Ponty tinha razão, “entre a ilusão e a percepção, a diferença é intrínseca e a verdade da percepção só se pode ler nela mesma”. Sobreviveram todos, numa situação onde a probabilidade matemática e a estatística dizem que morriam, sobreviveram onde a maioria dos comandantes vacilava… eis a nossa consciência contemporânea. Já não há heróis.

quarta-feira, novembro 12

A minha crónica de hoje no "A União" - Convencer faz bem!

A populaça gosta de ser convencida, é genético. No teatro político, ganha quem convencer melhor, nos empregos mantém-se quem conseguir convencer da forma mais genuína, no desporto a ideia é convencer os adeptos. Já imaginaram se o desporto não tivesse adeptos? Será que valia a pena fazer desporto, claro que valia, mas não teríamos aquele mediatismo típico dos desportos, nunca devemos esquecer o caso de Pequim 2008.
Em todas as campanhas políticas existem matrizes que se devem seguir para alcançar a atenção do eleitorado. Um beijinho ali, um miminho nas criancinhas e um sorrisinho que conquista qualquer pessoa. Porém, este fenómeno eleitoral é típico e característico. O certo, é que continua a convencer.
Convencer é uma arte milenar. A retórica, no verdadeiro sentido, apresenta-se como – o convencer para o “bem comum”, ao contrário dos sofistas, que convencem com o imperativo do “bem próprio”.
Parece que todo este jogo (visto por uma perspectiva Vieirinha) é um horror cheio de manipulações e interesses oportunistas e uma incansável luta por uma posição anti-altruísta. Contudo, sempre fomos assim, de uma maneira mais inocente, mas sempre mantendo a nossa posição individual.
Ao nascermos, choramos para convencer os mais velhos. São estes mecanismos que nos conduzem à evolução. Progredimos porque nos deixamos convencer, e regredimos porque gostamos de ser convencidos. O mais interessante é que detestamos pessoas convencidas. Não suportamos fundamentalistas porque estes não se deixam convencer, aliás, já estão convencidos com o seu conhecimento, daí não se deixarem entranhar num outro modelo epistemológico.
Não existe nenhum paradigma nisto, o mundo não está pior ou melhor do que há 2000 anos, Jesus Cristo, por exemplo, fazia os milagres, para quê? Para convencer, a nossa lista poderia ser infindável mas o que se torna interessante é que as técnicas evoluem, e são essas que nos interessam, isto porque, quanto mais e melhores foram as técnicas mais nós evoluímos e mais felizes nos tornamos, porquê? Porque é genético e nós gostamos.

sábado, setembro 6

Paulo Pedroso na AR

O Ex- Porta voz do Partido Socialista, Paulo Pedroso, vai regressar já esta Segunda - Feira (dia 8 de Setembro de 2008) à Assembleia da Républica. O mais inquietante é que este senhor é acusado, ou foi acusado, de práticas sexuais com menores, menores estes, da Casa Pia de Lisboa. O que choca mais nesta situação, é o facto deste senhor ter mesmo cara de rabeta. Agora, o
o estado vai ser obrigado a indemnizar este senhor que se portou mal. É claro que vai ser o contribuinte a pagar. Esta história é tipica e começa já a entrar no cliché, senão vejamos. O governo é socialista, o pederasta é socialista, logo (as premissas estão quase certas) o estado paga, mas paga, não porque é justo, mas porque fica tudo em casa. Todos sabemos da desacreditação dos órgãos estatais, aliás, é fácil desvirtuar toda a constituição, basta saber bem o código penal. A lei é feita para estar acima do homem e nunca o contrário. Existiram actos graves de abusos a menores, haviam culpados, onde estão eles? Melhor ainda, e quem vai indemnizar as crianças? Não terão as crianças razões naturais e verdadeiros para se sentirem também elas lesadas pelo estado? Onde se encontra o Estado para proteger e reservar o acompanhamento da dignidade humana? Pois bem... O pederasta Pedroso acha que com o dinheiro é definitivamente compensado por todas estas “injurias”, em quanto? 650 mil euros por prisão ilegal? As crianças não pedem nada e sabem porquê? Porque sabem que não existe dinheiro que pague a dignidade humana.

quinta-feira, setembro 4

Um mail pela Bemposta

Sejamos persistente na defesa do património nacional. A Ponte Romana situada na Bemposta precisa de uma emergente atenção. A necessidade de pressionar as entidades "competentes" tem que ser rápida. por isso enviemos um mail ao Director do IPPAR de Castelo Branco para que este leve a sério o caso da Bemposta. Basta um mail com o assunto: "Pela Ponte Romana da Bemposta".
drcb.ippar@ippar.pt (Director Arqtº José da Conceição Afonso)
NO DIA 22 DE AGOSTO DE 2008, DEU ENTRADA O PROCESSO nº 576382 NO INSTITUTO PORTUGUÊS DO PATRIMÓNIO ARQUITECTÓNICO DIRECÇÃO REGIONAL DE CASTELO BRANCO, O PROCESSO DE CLASSIFICAÇÃO DA PONTE ROMANA DE BEMPOSTA, FOI ENTREGUE A SEGUINTE DOCUMENTAÇÃO:

- MEMÓRIA DESCRITIVA, FICHA DE INVENTÁRIO,
- LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO,
- LEVANTAMENTO ARQUITECTÓNICO,
- DADOS CARTOGRÁFICOS,
- ORIGEM, ENQUADRAMENTO,
- DESCRIÇÃO E PORMENORES IMPORTANTES,
- ESTADO DE CONSERVAÇÃO,
- BIBLIOGRAFIA,
- CARACTERIZAÇÃO ARQUITECTÓNICA.

O PROCESSO DE CLASSIFICAÇÃO PODE LEVAR ANOS, MAS FICA A ESPERANÇA DE A VER RESTAURADA UM DIA EM QUE AS ENTIDADES LOCAIS, REGIONAIS E NACIONAIS, PERCEBEM QUE SE TRATA DE UM IMPORTANTE MONUMENTO NACIONAL.

SEMPRE EM ACTUALIZAÇÃO, VISUALIZAÇÃO DO DOCUMENTO EM WWW.GENS-ISIBRAIEGA.BLOGSPOT.COM



P´ELO PATRIMÓNIO DE BEMPOSTA

DANIEL LOPES

sexta-feira, agosto 15

Fast Relief: Man-made Machines



Client: Himani Fast Relief Agency: Ambience Publicis Creative Director/Copywriter: Ashish Khazanchi Creative Director/Art Director: Prasanna Sankhe Art Director: Prashant Godbole, Akash Das Agency Producer: Hozefa Alibhai Director: Ram Madhvani Production Company: Equinox Films Line Producer: Manoj Shroff Director of Photography: Kartik Vijay Production Designer: Sahrudananda Sahoo, Anna Ipe VFX: Khvafar Vakharia Editor: Anshuman Gokel Music: Vishal & Shekhar

sábado, maio 20

As mães do presente ou os filhos do futuro?

A harmonia da cultura ou a totalidade de um pressuposto aculturado são temas que devemos passar em revisto todos os dias da nossa vida, talvez tão importante como o sentir do querer da vida, manias minhas provavelmente, mas educar é um processo quase maquiavélico. Eu não quero ser educador de nada, mas queria educar não educando.
Quando se repara em excursões de dezenas de escolas das redondezas da Covilhã e não só, a deslocarem-se à incubadora enorme que molda tudo para uma plataforma plástica insensível que só mata, mas atenção isto não mata o corpo, mata o espírito a cultura tradicional e um pouco de tudo, mas isso é outra historia. É verdade que os miúdos vão ver o Noddy a um centro comercial, mas quem são os educadores que toleram estas coisas? O continente das compras é lindo por fora, então de noite é um verdadeiro espectáculo heraclitiano, pois quando se entra o continente dos desalojados é fortíssimo em impacto a.cultural, só não vê quem não quer, pois quando se passa por cima ou pelos lados o espectáculo é literalmente de fachada e com isto deparamos na verdadeira essência do que eles nos querem transmitir, mas eles quem? Existem falhas puras na educação e na maneira de como não se quer ensinar, mas o conteúdo é pragmático porque se cai no favoritismo fácil de educar e agradar a putos que esperam de nós os mais velhos o melhor dos melhores. Eu fiquei triste por ver educadoras a levarem miúdos a um continente para verem um boneco que daqui a 2 ou mais anos está esquecido na memoria, mas fico contente por ainda ter na memoria uma excursão que fiz aquando garoto ao jardim zoológico, ainda tenho na memoria e pelo menos descobri que as galinhas não nascem no continente nem num frigorifico de cozinha.

quarta-feira, dezembro 21

A sociedade violou uma recém nascida

Portugal acordou tarde. Uma criança foi violada, podemos dizer que muitos mais casos existem. É verdade, mesmo ao nosso lado, que fazemos? Nada.
Mas neste caso gravíssimo as coisas podem ser diferentes. Como? Simples.
O pai foi preso, o pai que poderia ser o nosso pai, mas um pai não deveria ser um pai?
Este era um pai das cavernas, um ser canibal, era um pai que nada tinha de pai, mas era um pai e sabem porquê?
É assim. Resumidamente o pai vai preso, mas não vai sofrer, não vai perceber porque está preso, não vai conseguir distinguir o mundo real do mundo das sombras, mas e se conseguíssemos levar este pai ao mundo real? Se fosse possível faze-lo perceber de que é um pai? O que aconteceria?
Vivemos num mundo cada vez mais complexo. Estamos aos poucos a entrar na caverna que outrora saímos.
Tudo isto para verem o filme : The War Zone de Tim Roth