quarta-feira, fevereiro 18

Picos de sensibilidade, confrontos sem ideias

Eis uma belíssima reflexão de D. António Marcelino para o jornal A União
A crise que vivemos não é apenas económica. É ideológica, democrática, de sentido, de relação e incapacidade de respeito mútuo e de diálogo construtivo. Por tudo isto é, também, uma crise de ética e de valores morais que vai subvertendo os projectos e planos, necessários para que a vida pessoal e social tenha sentido e progrida.

Como chegámos aqui, é uma pergunta pertinente que pode e deve levar a uma reflexão necessária e consequente. Nunca se chega de um salto, mas degrau a degrau.
Embora não generalizada há uma crescente e alargada sensibilidade com picos frequentes, que levam à irritação e à não aceitação de qualquer crítica ou opinião contrária. Parece que todos estão contra todos, que meio mundo se organizou para atacar o outro, que sobram armas nas mãos e corações suspensos, sempre à espera do primeiro disparo. Tudo isto na política, no futebol, no mundo do trabalho, no interior do lar, na sala de aula, com azedume a extravasar para rua. Nesta cada dia se ri menos, se saúda menos, mas onde não falta gente a falar sozinha em voz alta e de telemóvel na mão a alimentar relações virtuais. Parece um mundo a caminhar ao contrário e a perder riqueza e sentido.

1 comentário:

Anónimo disse...

Como chegámos aqui...
Genial