terça-feira, fevereiro 12

O acto de escrever [ética] 3/5


Não é uma questão de ser exigente, aliás, não existe questão nenhuma. Não existe síndrome que derrube a pessoa, ou até que a baralhe. Mas o ser exigente nem sempre é mau, mas quando deixamos de ser exigentes nos valores tradicionais e passamos a se-lo nas coisas fúteis, ora fúteis aqui tem uma conotação muito pouco existencial, entenda-se. Tudo é perfeito, tudo deve ser perfeito, por isso é que somos exigentes. Mas quando temos a exigência do nosso lado? Quando dominamos a perspectiva do outro, daquele, vá... da pessoa. Pois bem, o caos é divino, porque é sinonimo de evolução ou usando um termo quase Kafkiano, metamorfose. Quando estamos numa Foz é impossível saber quando é que acaba o rio e começa o mar. ora a nossa vida é precisamente a mesma coisa. Ou somos o rio, ou somos o mar, pois bem, o rio “caminha” sempre para o mar, e o segredo da exigência humana ou existencial, é simplesmente aceitar o facto que por muita vontade que tenhamos em ser rio isso não poderá acontecer. Para aqueles que pensam que podem ser sempre rio, mais vale ficar no caos, na turbulência. Mas não faz mal, não tem muita importância, isto porque, visto de longe, o caos até é espectacular. Não é?

2 comentários:

Marta Nunes disse...

Visto de longe tudo ganha uma dimensão diferente, tudo se organiza ou desorganiza, tudo se torna mais visível ou perde visibilidade, a visão distante das coisas, como dizia Deleuze, é apenas uma percepção óptica, não significa no entanto que não seja uma boa percepção, de todo.

Mas como no exemplo do rio e do mar, tem relação com essa distância que se impõe em percepções/impressões das coisas, aliás é o que retiramos também quando observamos esse mesmo mar e rio, que se entrelaçam, misturam. A questão talvez não seja o que queremos ser, rio ou mar, principio ou fim, simplesmente somos parte de algo.

Por isso é que o caos é espectacular, estamos todos nele, e o cosmos. :)

Anónimo disse...

O texto parece.me um conjunto de vérias ideias que, embora com certeza tenham algum significado, pelo menos para quem as escreve, juntas e misturadas, mas não ligadas, acabam por não se esclarecer...
Ou posso ter sido eu que simplesmente não percebi...
Mesmo assim, continua, devemos escrever sobre o que acreditamos