Antes de mais … bem vindos
Enquanto assistia calmamente em Mortágua ao som de “Ala dos Namorados”, um amigo disse: “só «este» publico consegue suplantar as festas da cidade de Sta Comba Dão!” É obvio que a afirmação dele não me surpreendeu dado a enorme massa de pessoas que compareceram na semana toda em Mortágua, comparando de igual modo às que compareceram em Sta Comba Dão. Sendo eu de Santa Comba fiquei chateado porque a minha cidade é e vai ser sempre a minha cidade e não poderia ficar calmo ao reparar que este ano o cartaz era de uma qualidade notável, enfim… Analisando bem as coisas não me cabe a mim avaliar seja o que for, mas o que se passa e tem passado é incomparável. Todos sabemos que a quantidade não é sinónimo de qualidade e, nestes casos particulares a qualidade foi positiva e a quantidade também.
Em primeiro lugar Sta Comba Dão tem vindo a apostar na divulgação das novas tendências musicais e não só, exemplo disso foi a vinda dos “Plaza” que mais não são do que a nova “onda” do pop rock electrónico português e o pouco concorrido mas também bom concerto de divulgação do novo álbum que os Alcoolemia deram depois dos Plaza… quem não se lembra de Gomo ou até mesmo de Despe e Siga, é claro que a cultura musical que atravessa Sta Comba não dura simplesmente três dias mas sim todo o ano, certo? Se fôssemos fazer uma análise cultural de cada Município (Sta Comba Dão e Mortágua), A minha cidade estaria em vantagem. Ao contrário da divulgação de talentos das terras de Sta Comba (Ranchos folclóricos, tunas, e Filarmónicas e nunca esquecendo as bandas de garagem e não só; -SpitOut já editaram um álbum, mas que infelizmente nunca estão presentes), Mortágua apresenta-se sempre sob a forma dos Veteranos. Notável de nomes grandes como Jorge Palma a Mind a Gap e este ano com Ala dos namorados e xutos, Mortágua é o contraste positivo do que é um bom convívio. Na minha humilde opinião os dois Municípios foram os melhores entre os melhores, diferentes, arrojados e acima de tudo cheios de hospitalidade.
Aspectos negativos e positivos: a começar os concertos em Sta Comba começavam sempre muito tarde, e em Mortágua a festa perdia algum encanto depois dos concertos onde não existia uma after hours para continuar a embelezar o belo espaço em que nos encontrávamos. Por isso que mais ninguém ouse dizer que uma foi melhor que outra porque não é verdade. Santa Comba tem que perder o medo de assumir a sua identidade e exemplo disso é que, pelos vistos, ninguém gostou da festa… estranho este mundo em que nós, futuros Comandantes de um grande jardim à beira do Dão, temos pela frente.