sábado, setembro 16
- Que bom… já pareces uma mulher.
- A sério?
- Depende.
- De quê?
- De ti.
- Mas achas que não sou capaz?
- Tantas perguntas?
- É o poder da filosofia!
- Não, simplesmente é o poder da questão!
- E a filosofia não é um sem fim de questões?
- Depende do que procuras!
- Eu procuro tudo!
- Bem… então tem cuidado, podes perder-te!
- Nesse caso, a filosofia dá-me o caminho!
- E se não der?
- E se der?
sexta-feira, setembro 15
Ode Nietzschiana à vida.
É aqui, neste ultimo item que entra, a responsabilidade, civismo e um simbólico número de acções sociais. A política é aqui a chave que se responsabiliza por manter o indivíduo social na ordem, ordem essa que é feita de regras, leis e legislações.
A sociedade em Portugal vai a referendo já para Janeiro, e penso que nos faz bem voltar a decidir se queremos votar a favor de uma legislação que possa interromper não provisoriamente, mas permanentemente a gravidez, a vida.
Muito abertamente teremos que analisar esta constante a que chamam de evolução humana, não se entende é como a evolução passa pelo retrocedimento do nascimento, não me parece seriamente que nos queiramos ver perante uma atitude politica, religiosa ou até mesmo democrática, mas sim, alienígena.
Votar na vida é votar no sol que muitos não conseguem ver. De certa forma o aborto vai ser muito importante, positivamente, porque vai evitar que muita gente, muitos hipócritas, desleais, insípidos, malcriados andem por essas ruas fora, seria perfeito que conseguíssemos aniquilar a imperfeição humana e aos poucos conseguíssemos criar a raça perfeita, o humano perfeito, a vida perfeita.
Desde sempre condenamos o mal e a procura que todos temos em fazer o mal, mas atenção, nem todos tentam romper o mal mas sim, limitam-se a devastar os portadores do maquiavélico vírus, que não é humano, mas uma patologia exterior à natureza tanto humana como vegetativa. Todo este alcance pessimista é um pequeno exemplo de pequenos outros exemplos quotidianos, por exemplo, quando a água de um chafariz ou fonte se torna imprópria para consumo, as entidades responsáveis imediatamente colocam uma inscrição/placa a dizer: “água imprópria para consumo”, o que leva a que a fonte perca todo o significado. O que se quer demonstrar é que, nós homens em vez de irmos procurar e tentar descobrir o porquê da água envenenada para a purificarmos e destruir o que faz dela danificada, simplesmente arranjamos a solução mais simples. Assim mais fontes perdem significado, mais água fica estragada e mais ignóbeis somos.
O problema de tantas mulheres não está na interrupção ou não da gravidez, mas sim, na educação, no apoio social, na família, nos pedagogos, no aconselhamento familiar e na própria sociedade, ou mais radicalmente, na responsabilidade de cada uma como ser de procriação, se somos pessoas responsaveis para ter relações sexuais, teremos de ser para assumir o que daí possa vir. Quem pensar que abdicar da vida vai trazer menos problemas à mulher, então boa sorte.
Mesmo assim que a lei seja aprovada, talvez menos escabrosos andem pelas ruas.
terça-feira, setembro 12
Opus I
O conhecimento em si, só existe com a partilha honesta e equilibrada, mas a tal procura tem que ser pessoal, tem que ser correspondida, é como o amor. O coração humano não se consegue iluminar com qualquer saber, é precioso aquele saber que nos propõe a um novo patamar, a uma nova temporada, à tendência preciosa do tentar e obviamente do ser. Por isso é que “quanto mais sabemos mais queremos saber.” Ou então “quanto mais sei, mais ignorante me sinto”. O exoterismo trivial de muito saber que se julga ser, sem que nunca o seja, corrompe a alma, e a maneira ingénua do coração actuar. Há que querer… há que morrer, mas de uma causa que não seja a infelicidade, mas sim a busca da felicidade, porque quem busca por si, já é feliz.
domingo, setembro 10
Estudos recentes apontam para a falta de “sanguinidade” como uma das principais deficiências nas instituições portuguesas, as universidades em Portugal têm 90% dos docentes formados pela própria instituição. (O MIT tem 5%).”
- Adaptei este excerto de um artigo de opinião, da revista mensal, AV - Arquitectura e Vida, nº 74, Setembro, 2006, só para referir o seguinte: Adaptar por adaptar é a forma mais fácil de se manipular uma opinião ou até mesmo vários conceitos adjacentes à nossa preciosa vida. Por outro lado deduzir não é referir, por mais estranho que pareça, cada vez mais usamos os “Jeová concepts” para fazer uso de uma inerente vocação intelectual, ou seja um exercício brutal e desnecessário na conquista do parecer público.
Num caso ainda mais concreto, analisar o educando da actualidade, é o mesmo que referir um “Jeová concept”, usam-se os conceitos necessários para o momento sem que a contextualização esteja patente dentro do conceito, os chamados -J.C. são a técnica manipulativa que a seita jeová faz para aderir novos fiéis, o engraçado é que eles levam tão a sério o que dizem que baralha a visão pouco oportunista da liberdade não existente de um ou mais profetas. Se todos os educandos fossem como os jeovas então talvez estivesse-mos melhor, ou não…
Estão a bater à porta, já venho… mas antes de ir, apenas refiro o que um rapaz me disse antes de morrer na unidade oncológica do Hospital de Aveiro: “ nunca te esqueças que os cristais são caros e valiosos, porque são irreparáveis… olha para um copo de cristal, e fica a saber que basta uma lasca para perder todo o valor e significado…, neste momento vês um, sem valor e significado. Que porra, vou morrer, logo agora que conheci a mulher da minha vida, que tenho o emprego perfeito e que os meus pais se reconciliaram… odeio ironias.”
quinta-feira, agosto 31
O maior problema tem um nome, e esse nome é o -sinonimo.
Por exemplo: homenagem, tem tantos sinónimos, a começar, reverência, que por sua vez também pode ser substituído por: culto que por sua vez também tem um sinonimo chamado devoção, mas este pode já ser entendido como: crença, que para muita gente é: convicção, e tal não podia acontecer sem -crença, que analogicamente é derivada da convicção marada da certeza que todos nós temos mas ninguém infalivelmente tem como certa.
Mas a final de contas o que vem a ser isto? Tudo isto se pudesse ser explicado através da linguagem seria isto: - passatempo, ludo, brincadeira, diversão, entretenimento, recreio, distracção, prazer, ilusão, ou então uma patética explicação do porquê da nossa infelicidade linguística, ou do dom de ter uma Língua materna tão bela, diversificada, enfim… cada um de nós tem a linguagem que quer entender.
É mau, ruim, defeituoso, irregular, inconstante, nocivo, quando usamos a linguagem para um meio que o fim não é o mais universal. O bem que não quer contemplar os bens maléficos do pecado e fraco sentido de orientação espiritual, puro.
A viagem que estou a fazer, afinal não é sozinho.
quarta-feira, agosto 30

- Pensa comigo! Diz a natureza para o homem.
- Quem cá estava primeiro? Quem cá estava, dizem vós, seres ignóbeis, porque nós os anciãos das florestas e dos vales, propusemos no último concilio, que vós tendes de ser aniquilados, sem piedade ou rancor, simplesmente aniquilados, patéticos.
terça-feira, agosto 29
Foi assim que A. da Silva amargurado com a triste vida da sua mulher amada descrevia o real sentimento que pairava no já oco coração. A maior virtude deste jovem senhor de 82 anos era mesmo a da vontade criativa de observar os outros seres.
O mundo amnistiou aquilo que ele mais adorava, a “trotinete” de duas mudanças automáticas. Não foi a trotinete directamente, mas sim a visão. Ficou cego de tanto chorar, os pobres médicos dizem que são cataratas, mas que não compreendem a sua origem, dado que chorar não está nas origens de uma catarata. Uma simples operação seria o suficiente, mas Artur desejaria ficar cego, talvez porque assim o sofrimento e necessidade poderiam ser compensados de uma outra maneira intimista e emocional. Nem com os conselhos do paralítico Sr Henrique, que na verdade só era paralítico porque os músculos das pernas de tão velhos e cansados que estavam, não conseguiam suportar os grandes ossos e grande corpo e assim sendo a cadeira de rodas era a mais preciosa solução para que assim os dois amigos pudessem soletrar o cérebro na mesa de café do café mais perto que tinham na terra.
As tardes destes amigos eram passadas a rir escanzeladamente com as historias que um e outro passaram nos longos tempos dedicados à nação.
O A. Silva foi professor e o Sr. Henrique agente da P.I.D.E, ambos mantinham uma cumplicidade macabra, enquanto que um ensinava o melhor da propaganda científica, académica e nacionalista, um era o gestor daqueles que não cumpriam o seu dever de cidadãos. As histórias eram imensas e delirantes. Cada um tinha a mania de abusar criativamente e ingenuamente dos saberes e funções. O que seria perfeito, era que estas personagens não fizessem parte da ilusão.
Falta pouco para todos nós morrermos, falta muito pouco, e ainda tenho tanta coisa para fazer.
Tem que ser hoje. É mesmo hoje que lhe vou dizer aquilo. Senão terei que esperar que a emoção coronária pare de vez e assim estarei a alterar o que poderia ser o melhor da minha vida, nunca sei quando o melhor é sempre o melhor, sei por exemplo, a nível monetário, quando olho para um contracto e sei se vale a pena ou não, mas em relação à vida, à pura vida que é a minha, isso já não sei. Será problemas de espiritualidade? De medos? Não sei, não quero deixar de ver o que a natureza me deixou, tenho medo, mas quero, vou começar um exercício, a partir de agora, vou ser o mais compulsivo possível, tenho que entrar na harmonia do ser homem e ser animal, tenho que estudar as possibilidades e os riscos, não, não… não pode ser teoria, a teoria estraga a essência magnética do real, tenho que ser mais prático.
Preciso de um mestre.
segunda-feira, agosto 28
Opus VII

Obviamente seria mais interessante que “essa” verdade seja descoberta por nós, mas muito naturalmente usamos os outros para chegarmos às nossas verdades, é claro que todas estas verdades se forem científicas e falamos de uma perspectiva académica ou científica é importante ir reflectir onde os outros já reflectiram, mas que tipo de verdades procuramos nós? O que é uma verdade, por exemplo? A verdade das verdades é indubitavelmente nossa. E que preciosidade é essa? Eu não passo de um nome e tudo que nos rodeia é um nome, um objecto inanimado que pretende ofuscar as demais pretensões de cada um. Se analisarmos as perspectivas mundanas, saberemos identificar o nosso objecto, nós. A anatomia exemplifica o que de melhor a biologia e a física querem de nós, mas para isso, temos que estudar as origens não só antropológicas mas também biológicas, é deveras importante revermos o ensino das Belas Artes, onde os alunos por exemplo de -Escultura têm que estudar a anatomia do Olho, da mão e em geral do corpo todo, isto para se poder avançar para a perspectiva de toda a arte. A arte como manifestação humana é derivada do humano e assim sendo o humano apaixona-se pelo próprio humano, em suma: a arte só pode ser apreciada por alguém que contenha uma análise viva do próprio homem. Estamos então em condições de dizer que a arte é um apelo narcisista, no sentido belo, do narcisismo puro, mas também egoísta, porque, quando se adquire uma peça de arte, ela pertence-nos logo aprisionamo-la com aquele sentido de ciúme, não possessivo, mas no sentido de protecção. É como de um filho se tratasse, em que a criação, gestação, nascimento (fora da barrigona da mão), desenvolvimento etc, nos faz aproximar daquela condição natural humana, é como as nossas peças de arte.
Quem não tem as pretensões de ser pai/mãe, ou de aceitar o desafio natural do homem é porque não está preparado para aceitar o mundo como ele é, e assim ficar no tal marasmo não evolucionista do pensamento estéril e da inteligência também ela estéril. Não queremos ser estéreis, queremos dar o melhor de nós, queremos fugazmente olhar para a carne e ser vegetariano ao mesmo tempo. Mas penso que não faz mal, assim a arte vai continuar a valorizar e os artistas os indigentes já não passarão fome. “Em terra de cegos, quem tem olho é rei”.
sábado, agosto 26
sexta-feira, agosto 25
Um talvez, ou uma analogia pecaminosa, quem sabe, tu? Não... nem ninguem.
A aproximação prepara a morte de nós e mais um óbito de um alguém, a visão resplandecente do momento, do talvez, da pequena grande tentativa do ser, que quer, que procura, que não consegue virtualidade na transmissão dos saberes que pensa possuir, que não pensa sequer saber mas que ilustra o mapa da viajem que não se quer prolongada por falta de ser.
quinta-feira, agosto 24
Preito ao amor eterno, fazer o carinho à vocação.
- Deixa lá, vais notar que o desemprego é bem mais deprimente.
- Sim, eu referia-me à falta de emprego.
- Estás a tirar o quê?
- Não tiro nada, estudo na universidade, filosofia.
- Interessante, e para quê?
- Se o ensino não estivesse tão mau… para professor.
- Ah, então se estivesse melhor ou mesmo bom, eras professor?
- Sim.
- Mas, só por estar melhor?
- Sim.
- Mas achas que tens vocação, ou os putos, que sejam cobaias?
- Nem, sei. É mais porque é um emprego facilitado, em termos de sustentabilidade.
- Mas, consegues imaginar, que o mundo todo, se pensar como tu, o ensino e as ciências não evoluem, e está-se a entrar numa notabilidade sem precedentes genuínos e decadentes?
- Já cá não estou para ver isso!
- É pena. Ainda bem que existe carácter e dedicação pelo gosto da vocação, senão, seríamos todos uns pequenos tristinhos bípedes, e é claro, ainda bem, que não te vou ter como professor, nem os meus filhos.
quarta-feira, agosto 23
terça-feira, agosto 22
A fome tem que continuar e a guerra será só com grampos e um elástico, uma franja da humanidade terá que rezar, orar e cantar ao movimento peristáltico das luzes da noite, porque de dia, a luz mata.”
Excerto de uma obra que estou a escrever, inspirada no – “Tratado do vazio perfeito”, de Lie Tse.
domingo, agosto 20
Palavras e significações

Hodiernas, digamos nós.
Mas muito liberais.
O grande ouvinte, que é aquele que ouve tudo e introverta tudo, é o grande responsável.
Sílaba atrás de sílaba a grande palavra se mostra profética, entusiasmando quem sugere o pecado, e nunca se desfazendo da indispensabilidade do grande interesse patológico, insensível, ou talvez sensível a mais, mas destrutivo das maiorias, é o mesmo que uma birra académica colectiva. Sim, é isso a todos aqueles que são anti-conservadores e que corrompem de forma inconsciente o universo cósmico das prelaturas infindáveis que somos todos nós e também o horizonte que não vemos, por olhar sempre de queixo baixo.
Tudo o que não acompanha uma maioria é digno de se derrubar, teremos talvez, de criar laboratórios de genética aplicada para poder reduzir o fracasso dos vícios e aumentar a luta interior dos desejos puramente humanos.
Por causa de uns, pagamos todos, sem que seja justo viver na supremacia da alma e do espírito. Na religião, uma birrinha cria mil e uns medicamentos com função de placebo mal engendrado.
Eu não concordo vou para um lado, não concorda outro e vai para três lados seguidos, sempre ficamos com mais escolhas, mas como na religião católica nunca houve a ideia de concorrência, na política a coisa é diferente, a concorrência existe de facto, porque o ser humano tem aquele vício malicioso que deve ser corrigido nos laboratórios, os grandes laboratórios.
Ainda bem que existe o LSD e a marijuana.