terça-feira, setembro 12

Opus I

Os momentos mais inspiradores são os depressivos. Uma pessoa feliz com ela mesmo não pode nunca, nunca ser o revelador da humanidade. É essencial que não se confunda de maneira intrínseca o que se busca com a insatisfação de nós mesmos. Um exemplo mais óbvio que relata esta matéria pode ser a musica, em que os sentidos frustrados formam um desabafo natural, através da arte, por exemplo Pessoa, o eterno desassossegado, o eterno génio, santo agostinho um entre muitos, que buscam o prazer espiritual, pessoal e contraditório da natureza já por ela irónica. É aqui que muitos pensadores pesados de tanto saber, já não conseguem por em prática esse tal saber, afirmando que o conhecimento leva-nos à infelicidade, coitados.
O conhecimento em si, só existe com a partilha honesta e equilibrada, mas a tal procura tem que ser pessoal, tem que ser correspondida, é como o amor. O coração humano não se consegue iluminar com qualquer saber, é precioso aquele saber que nos propõe a um novo patamar, a uma nova temporada, à tendência preciosa do tentar e obviamente do ser. Por isso é que “quanto mais sabemos mais queremos saber.” Ou então “quanto mais sei, mais ignorante me sinto”. O exoterismo trivial de muito saber que se julga ser, sem que nunca o seja, corrompe a alma, e a maneira ingénua do coração actuar. Há que querer… há que morrer, mas de uma causa que não seja a infelicidade, mas sim a busca da felicidade, porque quem busca por si, já é feliz.

2 comentários:

Anónimo disse...

És feliz..
E és lindo também...

;)

Joaquim Diabinho disse...

reciprocidade:gosto do discurso didáctico e reflexivo... .