Acabei de sair de um aniversário de uma amiga. Estava completamente embriagado.
Entrei no carro, liguei o rádio, antena 3 para variar. Passava “Mercury rev”. Acendi o meu último cigarro e pus-me em direcção a um espaço cultural para finalizar a festa. Seguia um dos carros convidados, quando de repente o telemóvel toca, atendi sem pensar nas consequências do perigo. Era a minha namorada, a dizer-me que me detestava e que odiara todo o tempo que passamos juntos. Disse-lhe que não seria a altura ideal para falarmos, dado, que estava embriagado e que conduzia. Mas, sem efeito.
Ela, acabara um namoro de pouco tempo reclamando um anel de namoro que me deu a quando os 2 meses de namoro. Disse-lhe: “- Muito bem, tu o assim queres. Continuo a amar-te, mas com a condição de te detestar e fugir daquilo que me prometeste.”
Foi indiferente.
Quando o carro que seguia em frente parava no tal espaço cultural onde iríamos terminar a noite, eu ignorei e segui em frente, andei cerca de 25km com uma direcção intitulada -“nenhures”.
Ainda haveria de vir mais. Fiquei entretanto inconsciente. Despistei-me e fui embater num carro à entrada de Viseu. Acordei, e a policia Municipal que passava no local, veio ver como eu estava e socorrer-me. Estava com a clavícula partida, fui para o hospital São Teotónio em Viseu. Chegando às urgências deparei-me ainda embriagado com metade da família da minha namorada que deixara de ser à 20m atrás. Recebi a notícia das notícias. Ela acabara de morrer. Suicídio.