terça-feira, dezembro 26

Perpetuem-se.

Voando sobre os ninhos de uma ave pequena, o homem sussurra palavras amistosas de silêncio confuso. Quem mais poderá viajar se não souber o caminho? Anteontem todos morriam de sede e de calor, mas o intenso orvalho que das nuvens permanecia fugitivo de harmonia, nada mais se manifestaram sem que o Homem os alcançasse.
Ternas mãos rudes de veios sapientes mexiam no ninho de avestruzes. Como eram grandes, as mãos.
As águias afugentadas pelo ódio do não querer viver consoante a misericórdia da dádiva, viraram-se mortalmente sob o profundo e triste magistral silencio do branco supérfluo da inquietação penetrante da vida.
- Que miséria!
- Que paixão!
Soltai os patos e as andorinhas que tanto voam para mostrarem uma vez mais que existem para que se saiba da ainda liberdade da morte. Mas para se escolher, tem que se saber da vida.
O sol não poisa, avança em linha recta, nós, mortais, é que circulamos numa vida consciente, mas circular.
Perpetuem-se.

3 comentários:

Anónimo disse...

Sabes que a tua escrita me parece muito psicográfica? Quando te leio parece-me que te deixaste levar pelas palavras e pelo pensamento...ao acaso...aceitando o que te vem à consciência.

Anónimo disse...

não se perpetuem.

Anónimo disse...

porquê?