sábado, janeiro 20

Opus XXIII

Beatriz era uma moça pacata, terna para com a família, e gostava muito de ajudar o próximo. Mas o único problema da Beatriz é que era uma esquizofrénica não assumida.
Quando era pequena, Beatriz, matava gatos e enforcava coelhos, na esperança de sentir que naquele momento, naquele preciso momento, havia alguém que estava a sofrer mais do que ela. Beatriz era uma moça engraçada e que cativava todos à sua volta, mas Beatriz, tinha ainda outro problema além de ser uma esquizofrénica não assumida, Beatriz sonhava que os seus problemas podiam ser resolvidos através do conhecimento, ou seja, a Beatriz “sabia” que a resolução dos seus problemas estava precisamente nos livros, era aí que havia a cura para a sua maleita. Ela própria não sabia ainda o que tinha, mas sabia o que a atormentava, mas estava certa que encontraria nos manuais estéreis das bibliotecas alguém parecida a ela, e alguém que tenha ultrapassado o mesmo problema. Foi então que decidiu estudar… estudo nos melhores colégios e nas melhores universidades, acabou, inclusive, com a melhor nota de todo o mundo, mas infelizmente, ela sentia que ainda estava longe da resolução da sua significante vida. Foi na altura de escolher a empresa onde iria trabalhar, que Beatriz conheceu uma rapariga sensacional. Beatriz ao falar com ela, a primeira vez, reparou que o seu entusiasmo pelo conhecimento teórico dos livros estava a ser substituído por uma rapariga, ou seja, Beatriz estava apaixonada, sim apaixonada. Mas por uma rapariga? – Perguntam vocês – Sim, por uma bela e magnifica rapariga. O que mais fascinava Beatriz, era o olhar, e a inteligência descontraída e rebelde que a sua apaixonada transmitia, passaram tempos e tempos a rir e a trocar ideias, parecia que ambas estavam felizes.
Num certo dia, a apaixonada da Beatriz, começou a ficar doente, deprimida, e com falta de cor no seu mundo, ao contrario da Beatriz que parecia que o mundo finalmente lhe tinha dado as resposta todas, a sua apaixonada, entendeu que estava a ser emocionalmente substituída. Foi um choque para ela, coitada. Beatriz tentava encontrar solução para o problema da apaixonada, mas via que dia para dia, ela piorara, a apaixonada estava a morrer envenenada. Beatriz corre para casa da família da sua apaixonada e vê no quintal, um cão preso por uma longa e ferrugenta corrente de ferro, o nome do cão intitulava-se Plebeu. Plebeu era um cão que vivera acorrentado desde que nasceu, era um cão muito especial, porque era muito leal a quem lhe dava comida, e não só, Plebeu respeitava até quando lhe batiam e não lhe davam de comer, Plebeu era um cão muito cativante. Ao aproximar-se, Beatriz, faz uma festinha ao Plebeu e solta o cãozinho, isto porque, Beatriz “sabia” que o Plebeu estava farto de estar acorrentado, e “sabia” que o cão iria ficar muito feliz. O certo, é que o cão foi dar uma voltinha, correu, correu, e até ganiu, mas nunca mais apareceu.

6 comentários:

Anónimo disse...

eu acho que a beatriz es tu.

Anónimo disse...

eu acho que o cão és tu.
Agora fora de brincadeiras: excelente texto. Ri-me imenso com o "esquizofrenica não assumida". Tens futuro na escrita.Muito bem.

Anónimo disse...

A história tem três personagens: a Beatriz, o Plebeu e a "apaixonada de Beatriz". Porque é que não deste um nome a esta última personagem? Já pensaste nisso?

Guilherme Castanheira disse...

Sim, já pensei!
Tambem não indico qual a terra, nem da Beatriz, nem da familia da "apaixonada", nem do local das personagens.
Não indico qual o curso que a Beatriz tirou, nao indico qual a "empresa" que ambas as personagens trabalham.
Tal como tu, nao passam de anonimos, sem rosto!

Anónimo disse...

Sim sim.qualquer semelhança com a realidade é mera coincidencia.

Anónimo disse...

consigo perceber melhor o cão k qualquer outra personagem

li