terça-feira, agosto 12
segunda-feira, agosto 11
sábado, agosto 9
10 Exercícios Zen, para se sobreviver ao Ocidente (3/10)
Ao sair de casa ter sempre em mente uma coisa: - Existe mais mundo. Ter a ideia de humildade só favorece o crescimento e amadurecimento intelectual de nós mesmos. Se somos realizadores, pintores, arquitectos, escritores, jornalistas, designs etc etc, temos que pensar que existem pessoas mais avançadas na técnica (teckné), daí o respeito ao Mestre (professor), se o Mestre não é o maior e o melhor, todo o conceito de escola fica degradado, porque são essas pessoas que nos motivam a crescer na arte e na individualidade. Para perceber se Portugal é ou não um país potencialmente pouco desenvolvido basta olhar para os produtos que vendemos. A publicidade é sem dúvida um reflexo da nossa menoridade, isto porque somos aquilo que consumimos. Não quero com isto incentivar ao consumismo, mas existem coisas que nos marcam e que nos podem tornar pessoas melhores. Nunca vimos na televisão este anúncio porquê?
Nesta altura já deve estar no emprego, ou seja, é um funcionário de uma empresa qualquer, para ser feliz no trabalho um funcionário é a pessoa que funciona, e quando não funciona é porque é um perfeito idiota. Mesmo assim, não desanime, nunca se esqueça, só trabalha porque não tem mais nada para fazer (Oscar Wilde).
quarta-feira, agosto 6
A Identidade Transcende a Física
Logo quando nascemos é-nos dado um nome. Chegando à adolescência é-nos atribuído um número. Já ao entrar na vida adulta é-nos dado mais números (Carta de condução, NIF etc.) Só depois de morrer é que voltamos outra vez a ser um nome, isto no nosso epitáfio. Esta “Identidade” é a característica mais preciosa do mundo em que vivemos. Sem esta “Identidade” fazíamos parte integral do mundo físico. A Consciência e a Mente do Homem encontram-se a um nível superior do Fisicalismo “básico”.
O Monismo diz-nos que Mente e Corpo estão unidos na mesma substância. O Dualismo afirma que a Mente e Corpo estão separados. Segue-se o Vitalismo que apresenta uma solução interessante, onde declara que a diferença está nas propriedades animadas e inanimadas. Esta posição afirma também que nas propriedades animadas existe uma força de “nível superior” que move-se num “impulso vital” longe de um sistema físico onde os movimentos e acções do corpo são ocorrências físicas ou mecânicas, é como se vivêssemos todos num sistema mecânico. [1]
O problema da identidade não é próprio da filosofia contemporânea, é, antes, um tema que acompanha toda a história da filosofia. O que faz com que um sujeito seja um sujeito? Que indivíduo é este que eu sou? Em que circunstâncias é que uma pessoa, existindo num determinado tempo, é idêntica a outra pessoa (a mesma pessoa) existindo num outro determinado tempo? O que entendemos por pessoa? Como é que a pessoa persiste ao longo do tempo? O que faz de mim uma pessoa, o meu corpo, o meu cérebro ou os meus estados mentais? Estes são exemplos de questões relacionadas com a identidade pessoal.
Identidade não é algo de físico, mas será que apresenta-se como algo metafísico com contornos que influenciam o espaço, o físico? Conseguimos entender que este eterno laço “afectivo” é dualista, mas ao contrário da mutabilidade das propriedades físicas, a identidade permanece fiel a si mesma. Renegociar esta aparente forma de permanecer no mundo vai tornar seguras as teorias emergentistas.
Foi Severino Boécio, no século V, a usar o conceito persona para se referir à identidade do ser humano, define pessoa como uma substância individual de natureza racional: «Persona est naturae rationalis indivudua substancia». Santo Agostinho identifica a pessoa com o eu. E questiona: «Quem sou eu, meu Deus? Que natureza sou eu?[2]
Já na época moderna, Descartes cinde o homem em duas substâncias, a corporal, extensa e a mental, e atribui a esta última a “essência” da pessoa. Na contemporaneidade, a experiência hipotética de “brain-state transference” tenta averiguar o que aconteceria se, se conseguisse descarregar todo o conteúdo mental, incluindo o carácter, valores e memórias e depois imaginemos que por meios de alta tecnologia conseguíssemos trocar os conteúdos mentais de um indivíduo para outro. Desta forma, os conteúdos mentais de um indivíduo passariam para um outro corpo. A questão que se coloca é a seguinte: será que o critério para definir o que é a identidade é os conteúdos mentais ou o corpo? Será que a pessoa num novo corpo é a mesma que a pessoa que tinha antes um corpo diferente? Ou o corpo é inextricável da noção de identidade?
[1] H. Bergson, A Evolução Criadora, Edições 70, Lisboa, 2001
[2] Santo Agostinho, Confissões, Imprensa Nacional Casa da Moeda, Lisboa, 2000
O Monismo diz-nos que Mente e Corpo estão unidos na mesma substância. O Dualismo afirma que a Mente e Corpo estão separados. Segue-se o Vitalismo que apresenta uma solução interessante, onde declara que a diferença está nas propriedades animadas e inanimadas. Esta posição afirma também que nas propriedades animadas existe uma força de “nível superior” que move-se num “impulso vital” longe de um sistema físico onde os movimentos e acções do corpo são ocorrências físicas ou mecânicas, é como se vivêssemos todos num sistema mecânico. [1]
O problema da identidade não é próprio da filosofia contemporânea, é, antes, um tema que acompanha toda a história da filosofia. O que faz com que um sujeito seja um sujeito? Que indivíduo é este que eu sou? Em que circunstâncias é que uma pessoa, existindo num determinado tempo, é idêntica a outra pessoa (a mesma pessoa) existindo num outro determinado tempo? O que entendemos por pessoa? Como é que a pessoa persiste ao longo do tempo? O que faz de mim uma pessoa, o meu corpo, o meu cérebro ou os meus estados mentais? Estes são exemplos de questões relacionadas com a identidade pessoal.
Identidade não é algo de físico, mas será que apresenta-se como algo metafísico com contornos que influenciam o espaço, o físico? Conseguimos entender que este eterno laço “afectivo” é dualista, mas ao contrário da mutabilidade das propriedades físicas, a identidade permanece fiel a si mesma. Renegociar esta aparente forma de permanecer no mundo vai tornar seguras as teorias emergentistas.
Foi Severino Boécio, no século V, a usar o conceito persona para se referir à identidade do ser humano, define pessoa como uma substância individual de natureza racional: «Persona est naturae rationalis indivudua substancia». Santo Agostinho identifica a pessoa com o eu. E questiona: «Quem sou eu, meu Deus? Que natureza sou eu?[2]
Já na época moderna, Descartes cinde o homem em duas substâncias, a corporal, extensa e a mental, e atribui a esta última a “essência” da pessoa. Na contemporaneidade, a experiência hipotética de “brain-state transference” tenta averiguar o que aconteceria se, se conseguisse descarregar todo o conteúdo mental, incluindo o carácter, valores e memórias e depois imaginemos que por meios de alta tecnologia conseguíssemos trocar os conteúdos mentais de um indivíduo para outro. Desta forma, os conteúdos mentais de um indivíduo passariam para um outro corpo. A questão que se coloca é a seguinte: será que o critério para definir o que é a identidade é os conteúdos mentais ou o corpo? Será que a pessoa num novo corpo é a mesma que a pessoa que tinha antes um corpo diferente? Ou o corpo é inextricável da noção de identidade?
[1] H. Bergson, A Evolução Criadora, Edições 70, Lisboa, 2001
[2] Santo Agostinho, Confissões, Imprensa Nacional Casa da Moeda, Lisboa, 2000
domingo, agosto 3
10 Exercícios Zen, para se sobreviver ao Ocidente (2/10)
Depois de se vestir, veja se ainda tem tempo para o pequeno-almoço, se tiver, aproveite e saboreie algo de natural e biológico, uma maça ou uma banana são excelentes caloríficos, se for viciado em café, então beba – beba bastante. Se por acaso toma algum anti-depressivo não se preocupe, continue a tomar, as farmacêuticas agradecem, e os médicos que os prescrevem acabaram de ganhar uma viagem às Bermudas, não se chateie com os lobbies, não vale a pena, porque são eles o motor de toda a indústria anti-depressiva, acredite, quanto mais pensa nisso mais dinheiro eles ganham. Se por acaso não toma nenhum medicamento é porque ainda não acordou para a vida, porque quando acordar, vai ver que faz sentido toda esta história.
Ao sair de casa, habitue-se a deixar a cama feita, nunca se sabe como vai acabar o dia. Se tiver roupa para lavar, não vá a uma lavandaria, é preferível pedir a uma vizinha. Como? Como sabemos, a taxa de natalidade no mundo Ocidental está muito baixa, e isso, trás consequência muito más. Os idosos aumentam, e com isto, o isolamento. Um dos passos mais importantes para se viver em comunidade é conhecer a própria comunidade, por isso, procure nas suas redondezas alguém que viva com algumas dificuldades ou que se sinta inútil, assim peça-lhe educadamente para lhe cuidar da roupa suja. Este processo é importante, porque está a integrar inconscientemente uma pessoa na sua comunidade, e consegue dar dinheiro a quem não tem e ainda poupa algum, acredite.
Ao sair de casa, habitue-se a deixar a cama feita, nunca se sabe como vai acabar o dia. Se tiver roupa para lavar, não vá a uma lavandaria, é preferível pedir a uma vizinha. Como? Como sabemos, a taxa de natalidade no mundo Ocidental está muito baixa, e isso, trás consequência muito más. Os idosos aumentam, e com isto, o isolamento. Um dos passos mais importantes para se viver em comunidade é conhecer a própria comunidade, por isso, procure nas suas redondezas alguém que viva com algumas dificuldades ou que se sinta inútil, assim peça-lhe educadamente para lhe cuidar da roupa suja. Este processo é importante, porque está a integrar inconscientemente uma pessoa na sua comunidade, e consegue dar dinheiro a quem não tem e ainda poupa algum, acredite.
sábado, agosto 2
10 Exercícios Zen, para se sobreviver ao Ocidente (1/10)
Nunca acordar encostado a uma parede. A cama tem que estar sempre posicionada de maneira a ter as partes laterais livres. Se é uma pessoa que tem problemas em acordar, experimente na noite anterior beber uma caneca de chá verde morno, vai ver que de logo pela manha o que mais quer é uma casa de banho, assim, fica resolvido o problema do acordar. Mal esteja de pé, vá direito(a) à janela ou varanda, e se as pessoas que passam olharem muito admiradas para si, não se preocupe, é porque está nua. Entretanto ligue o pc, e coloque esta música, vai ver que fica mais bem disposto(a), enquanto a ouve sabe que tem 3 minutos e dezoito segundos para se vestir…
sexta-feira, agosto 1
Minta muito brevemente
Caríssimos
Está próximo...
Ao ouvirmos MINTA pela primeira vez tornamos-nos saudosistas de uma sonoridade clássica das song singers... Por isso aqui vai... Minta ao vosso dispor.
http://www.virb.com/minta
Está próximo...
Ao ouvirmos MINTA pela primeira vez tornamos-nos saudosistas de uma sonoridade clássica das song singers... Por isso aqui vai... Minta ao vosso dispor.
http://www.virb.com/minta
Surgiu o Cuil
O Cuil é novo motor de busca da cena net. Depois de ter analisado e comparado certas características entre o Cuil (cuja pronuncia se assemelha a cool) e a Google , achei por bem deixar aqui um pequeno texto de divulgação ao Cuil. Para além do grafismo ser totalmente diferente da google (p.ex: index preto e a escolha entre duas colunas ou três na apresentação dos resultados), a organização informativa é quase perfeita, educativa mas muito bem seleccionada. Não foi um espanto, porque ao contrário de outros motores de busca, que graficamente são maioritariamente iguais, o Cuil ganha porque é inovador na programação e design. Não podemos esquecer que os fundadores da Cuil são antigos engenheiros da Google e isso talvez faça toda a diferença.
Porquê ler Marx hoje?

O Autor, Jonathan Wolff apresenta (2002) um interessante livro baseado nas suas lições, enquanto professor de – Ensino do Marxismo no Departamento de Filosofia no University College de Londres.
É na actualidade económica e social que se revela se o espírito Marxista está ou não morto, e casos como a TAP, em que os trabalhadores exigem melhores salários com o argumento de que os lucros “exagerados” da empresa deveriam ser repartidos com todo o corpo orgânico da empresa (empregados minoritários incluídos).
O livro é interessante para quem conhece Marx através de cafés ou comícios Comunistas, porque liberta-nos de mitos ignóbeis, basta ver por exemplo as declarações mensais do Secretário-geral do PCP na Assembleia da Republica. Como é sabido Marx dizia que não era Marxista, o que levanta sérias dúvidas sobre todo o sistema que o comunismo envolve. Poucos revelam o humanismo ou até a visão positivista que o pensamento cuidadoso de Marx tentava expor, se bem que, Marx nunca conseguiu propor um modo de organização da sociedade. A “luta”, essa sim, era uma alerta contra o perigo do capitalismo selvagem, onde a liberalização do consumo levantaria graves e sérios problemas ao mundo inteiro.
A Superveniência que irradiava dos ensinamentos propositados de Marx são ainda hoje fonte de inspiração para os mais novos e não para as classes políticas. Vejamos este paragrafo:
“Nos nossos dias tudo parece prenhe do seu contrário. A maquinaria, dotada com o poder maravilhoso de diminuir e frutificar o trabalho humano, mata-o à fome e fá-lo trabalhar em excesso. As novas fontes de riqueza, por algum estranho sortilégio, transforma-se em fontes de escassez. As vitórias da arte parecem compradas pela perda de carácter. Ao mesmo ritmo que a humanidade domina a natureza, o homem parece tornar-se escravo de outros homens ou da sua própria infâmia. Até a luz pura da ciência parece incapaz de brilhar excepto contra o fundo escuro da ignorância”. (M. 368)
Porquê ler Marx Hoje? é um verdadeiro manual e uma iniciação à vida pensamento de C. Marx, porém é um livro de filosofia onde aborda certas questões que para os menos familiarizados na área pode passar despercebido, mas mesmo assim é um convite a uma “espiritualidade” intrínseca.
quinta-feira, julho 31
Leite - Das vacas com muito carinho

Cerebrum, Emmanuel Swedenborg
De onde surge o acto de pensar? Quais as características do Ser pensante? Porque pensamos nós? Eis algumas das razões que fazem do Homem um Ser adaptado ao mundo em que vive. Desde sempre que reside no acto de pensar a construção e sobrevivência da espécie. Usamos esta ferramenta como forma de identidade e sentido hierarquizado de domínio sob outras espécies e não só. Descobrir a origem e precisão do mesmo, é dar razão à própria existência, isto porque tornamo-nos objecto reforçado dessa mesma vontade. Devassar uma verdade destas seria o mesmo da de um arqueólogo quando descobrisse o Santo Graal. Verdade total e compreensão total de uma matéria intimista, complexa mas tentadora. Quem sabe, ao descobrirmos as origens do onde e porquê do pensamento, possamos recriar uma réplica de nós mesmos, de um alter-ego. Desde muito cedo que o Ser pensante experimenta em forma de alquimia filosófica e científica tais respostas, mas a resposta mais obvia para iniciar a buscar deste Santo Graal reside no cérebro. Este pequeno órgão é o responsável por uma odisseia incrível que levou e ainda leva pensadores ao seu encontro.
Um dos encontros mais significativos teve lugar há muito tempo atrás. A vinte e nove de Março de 1688 nascia na Suécia o Homem que viria a subsidiar todo o pensamento científico, filosófico e teológico Europeu, Emmanuel Swedenborg. A sua audácia intelectual e experimental fez desenvolver áreas que até então duvidavam de saber. O seu contributo em áreas da anatomo-fisiologia, engenharias, mas principalmente nas físicas, fizeram com que ele seja considerado um herói sueco.
A sua elegância científica é comprovada em obras de grande mérito, como por exemplo Cerebrum (1738-40), que aborda as questões psicológicas e fisiológicas, vistas de um estado filosófico, são a prova da polivalência vanguardista de Swedenborg.
Por outro lado, nesta mesma época, nascia na Europa uma filosofia muito especial, ligada, por coincidência, à Razão e Consciência. Filósofos como René Descartes e Leibniz exploravam o dualismo entre a mente e o corpo. A metafísica e o empirismo renasciam de forma muito forte. Nunca se saberá se existiu algum intercâmbio intelectual entre estes senhores, mas é incrível as vontades emergentes de querer descortinar a mente.
Swedenborg era um homem muito especial que dedicava grande parte do seu tempo à investigação das ciências exactas. Nas suas investigações tinha sempre incutido uma noção muito ética, onde impunha que a Humanidade dependia de uma construção, um projecto que merecia o contributo de todos os indivíduos. Esse caminho era mais do que pura física. Existiam propriedades ou substâncias que transcendiam a física, porém é na contradição geral do mundo que a perspectiva individualista falhava. Swedenborg questionava-se sobre as desigualdades evidentes de cada pessoa. Aqui nasce uma curiosidade filosófica que vai levá-lo a um outro patamar.
O que faz pensar o Homem? Como se sente o habitante no seu habitat? Swedenborg encontrava aqui mais uma razão para continuar a fazer o que maior prazer lhe dava, investigar.
A Escola de Cirurgia e Dissecação de Paris acolheu-o durante dois anos, passava o ano do Senhor de 1736. Depois de muitos cérebros retalhados e anarquizados o contributo genial deste simpático cientista foi o seguinte: A interpretação fisiológica da glândula endócrina e o papel fundamental do córtice cerebral na função motora do nosso organismo veio revelar enumeras descrições para a diversidade e heterogenia do ser humano, como ser biológico num mundo biológico, em constante movimento, um planeta mecânico com funcionalidades “biomecânicas”. A descoberta de um cérebro como organismo vivo que expelia ou fornecia uma linfa muito especial e refinada para o corpo todo. “…a função da glândula é receber, fornecer e segregar simultaneamente os líquidos…” . O cérebro é comparado com os pulmões. Ele age como os pulmões.[1]
O livro Cerebrum é um verdadeiro manual da medicina Moderna, onde é abordada a fisiologia da glândula pituitária e se defende que ela é responsável pela maioria das hormonas que criam o funcionamento do nosso organismo. [2] Pois bem, isto não seria novidade, porque Hipócrates (377 a.C. – 460 a.C.) já escrevera sobre o assunto. A Teoria dos Humores (bílis amarela, bílis negra, pituíta e o sangue) diz, precisamente, que estes eram originários de uma parte do cérebro que expelidos para o corpo iriam regular emocionalmente e fisicamente a própria pessoa.
Entramos numa questão muito delicada e perigosa. Poderá esta diversidade ontológica ser proveniente do próprio cérebro? E se for? Não parece que seja importante. A não ser, claro, que os actuais cientistas queiram usá-la como forma de manipulação generalizada. Swedenborg não pensava assim, aliás, também não dispunha da actual tecnologia para alcançar outros níveis de investigação. Porém, a ideia contemporânea passa por aí. Quem não ouviu falar das Neuro-éticas? Num caso destes, as neuro-ética são o emergentismo de uma ciência provavelmente perigosa. Serão as Neurociências arriscadas?
Só em 1986 é que o termo “NeuroFilosofia” foi sugerido por Patricia Smith Churchland, na simbólica obra NeuroPhilosophy. [3]
O funcionamento humano é derivado de estímulos eléctricos e de um notável conjunto de probabilidades químicas e físicas. Esta é a realidade que Cerebrum desvela. Porém como reagirá a sociedade contemporânea a esta possibilidade?
Estas informações podem ter repercussões devastadoras, a começar pela tentação economicista que pode tornar valiosa as ciências farmacêuticas. Hoje em dia, um quilo de Viagra é mais valioso que um quilo de ouro.[4] Já imaginaram se conseguirmos analisar todos os fenómenos biológicos e neuronais do homem e isolá-los ao ponto de criarmos um estimulante para superar a falta de… e um anabolizante para o excesso de…ficávamos definitivamente em frente à descoberta de um valente enigma Nietzchiano, o Super – Homem, isto de um ponte de vista antagónico.
A sociedade Contemporânea anda ansiosa por nichos de exploração científicos. No tempo de Swedenborg e de outros magníficos, as prioridades não seriam as que hoje procuramos, mas será que as obras posteriores a Cerebrum contêm alguma significação que possa transmitir uma visão futurista da humanidade?
Como é sabido, De ultimo judicio (1757 – 1759) aponta, tal como afirma o título, para um Juízo Final que tarda em chegar. Seria esta uma forma de visão que o próprio sabiamente ignorante não apreendeu?
[1] E. Swedendorg, Regnum Animale, 1744.
[2] Descartes, na tentativa de defesa do seu dualismo, afirma que é na glândula pituitária que reside o ponto de união entre as substâncias corporal e mental.
[3] Cfr. P. S. Churchland, Brain-Wise Studies in Neurophilosophy, MIT Press, 2002.
[4] Cfr. K. Nordström, J. Ridderstrale, Capitalismo Karaoke, Editor Público, 2006
Um dos encontros mais significativos teve lugar há muito tempo atrás. A vinte e nove de Março de 1688 nascia na Suécia o Homem que viria a subsidiar todo o pensamento científico, filosófico e teológico Europeu, Emmanuel Swedenborg. A sua audácia intelectual e experimental fez desenvolver áreas que até então duvidavam de saber. O seu contributo em áreas da anatomo-fisiologia, engenharias, mas principalmente nas físicas, fizeram com que ele seja considerado um herói sueco.
A sua elegância científica é comprovada em obras de grande mérito, como por exemplo Cerebrum (1738-40), que aborda as questões psicológicas e fisiológicas, vistas de um estado filosófico, são a prova da polivalência vanguardista de Swedenborg.
Por outro lado, nesta mesma época, nascia na Europa uma filosofia muito especial, ligada, por coincidência, à Razão e Consciência. Filósofos como René Descartes e Leibniz exploravam o dualismo entre a mente e o corpo. A metafísica e o empirismo renasciam de forma muito forte. Nunca se saberá se existiu algum intercâmbio intelectual entre estes senhores, mas é incrível as vontades emergentes de querer descortinar a mente.
Swedenborg era um homem muito especial que dedicava grande parte do seu tempo à investigação das ciências exactas. Nas suas investigações tinha sempre incutido uma noção muito ética, onde impunha que a Humanidade dependia de uma construção, um projecto que merecia o contributo de todos os indivíduos. Esse caminho era mais do que pura física. Existiam propriedades ou substâncias que transcendiam a física, porém é na contradição geral do mundo que a perspectiva individualista falhava. Swedenborg questionava-se sobre as desigualdades evidentes de cada pessoa. Aqui nasce uma curiosidade filosófica que vai levá-lo a um outro patamar.
O que faz pensar o Homem? Como se sente o habitante no seu habitat? Swedenborg encontrava aqui mais uma razão para continuar a fazer o que maior prazer lhe dava, investigar.
A Escola de Cirurgia e Dissecação de Paris acolheu-o durante dois anos, passava o ano do Senhor de 1736. Depois de muitos cérebros retalhados e anarquizados o contributo genial deste simpático cientista foi o seguinte: A interpretação fisiológica da glândula endócrina e o papel fundamental do córtice cerebral na função motora do nosso organismo veio revelar enumeras descrições para a diversidade e heterogenia do ser humano, como ser biológico num mundo biológico, em constante movimento, um planeta mecânico com funcionalidades “biomecânicas”. A descoberta de um cérebro como organismo vivo que expelia ou fornecia uma linfa muito especial e refinada para o corpo todo. “…a função da glândula é receber, fornecer e segregar simultaneamente os líquidos…” . O cérebro é comparado com os pulmões. Ele age como os pulmões.[1]
O livro Cerebrum é um verdadeiro manual da medicina Moderna, onde é abordada a fisiologia da glândula pituitária e se defende que ela é responsável pela maioria das hormonas que criam o funcionamento do nosso organismo. [2] Pois bem, isto não seria novidade, porque Hipócrates (377 a.C. – 460 a.C.) já escrevera sobre o assunto. A Teoria dos Humores (bílis amarela, bílis negra, pituíta e o sangue) diz, precisamente, que estes eram originários de uma parte do cérebro que expelidos para o corpo iriam regular emocionalmente e fisicamente a própria pessoa.
Entramos numa questão muito delicada e perigosa. Poderá esta diversidade ontológica ser proveniente do próprio cérebro? E se for? Não parece que seja importante. A não ser, claro, que os actuais cientistas queiram usá-la como forma de manipulação generalizada. Swedenborg não pensava assim, aliás, também não dispunha da actual tecnologia para alcançar outros níveis de investigação. Porém, a ideia contemporânea passa por aí. Quem não ouviu falar das Neuro-éticas? Num caso destes, as neuro-ética são o emergentismo de uma ciência provavelmente perigosa. Serão as Neurociências arriscadas?
Só em 1986 é que o termo “NeuroFilosofia” foi sugerido por Patricia Smith Churchland, na simbólica obra NeuroPhilosophy. [3]
O funcionamento humano é derivado de estímulos eléctricos e de um notável conjunto de probabilidades químicas e físicas. Esta é a realidade que Cerebrum desvela. Porém como reagirá a sociedade contemporânea a esta possibilidade?
Estas informações podem ter repercussões devastadoras, a começar pela tentação economicista que pode tornar valiosa as ciências farmacêuticas. Hoje em dia, um quilo de Viagra é mais valioso que um quilo de ouro.[4] Já imaginaram se conseguirmos analisar todos os fenómenos biológicos e neuronais do homem e isolá-los ao ponto de criarmos um estimulante para superar a falta de… e um anabolizante para o excesso de…ficávamos definitivamente em frente à descoberta de um valente enigma Nietzchiano, o Super – Homem, isto de um ponte de vista antagónico.
A sociedade Contemporânea anda ansiosa por nichos de exploração científicos. No tempo de Swedenborg e de outros magníficos, as prioridades não seriam as que hoje procuramos, mas será que as obras posteriores a Cerebrum contêm alguma significação que possa transmitir uma visão futurista da humanidade?
Como é sabido, De ultimo judicio (1757 – 1759) aponta, tal como afirma o título, para um Juízo Final que tarda em chegar. Seria esta uma forma de visão que o próprio sabiamente ignorante não apreendeu?
[1] E. Swedendorg, Regnum Animale, 1744.
[2] Descartes, na tentativa de defesa do seu dualismo, afirma que é na glândula pituitária que reside o ponto de união entre as substâncias corporal e mental.
[3] Cfr. P. S. Churchland, Brain-Wise Studies in Neurophilosophy, MIT Press, 2002.
[4] Cfr. K. Nordström, J. Ridderstrale, Capitalismo Karaoke, Editor Público, 2006
Alegria e Tristeza
Alegria pode referir-se a:
Alegria - Sentimento.
Alegria - Município brasileiro do estado do Rio Grande do Sul.
Alegría - Espetáculo do Cirque du Soleil.
Alegria - Terceiro álbum solo do cantor André Valadão.
Alegria - Bairro da cidade brasileira de Guaíba, no Rio Grande do Sul.
Alegria da Zona Sul - Escola de samba da cidade do Rio de Janeiro fundada em 28 de julho de 1992.
Alegria - 2º CD do Pr. André Valadão.
Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Alegria"
Mas Tristeza para além de ser um sentimento é também um bairro de Porto Alegre no Brasil
Alegria - Sentimento.
Alegria - Município brasileiro do estado do Rio Grande do Sul.
Alegría - Espetáculo do Cirque du Soleil.
Alegria - Terceiro álbum solo do cantor André Valadão.
Alegria - Bairro da cidade brasileira de Guaíba, no Rio Grande do Sul.
Alegria da Zona Sul - Escola de samba da cidade do Rio de Janeiro fundada em 28 de julho de 1992.
Alegria - 2º CD do Pr. André Valadão.
Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Alegria"
Mas Tristeza para além de ser um sentimento é também um bairro de Porto Alegre no Brasil
quarta-feira, julho 30
O Segredo é não correr atrás das Borboletas

Marco Aurélio foi um Imperador romano estóico, entende-se por estóico, aquele cuja filosofia é baseada numa universalidade harmoniosa, ou seja, o mundo é formado através de um propósito (logos) onde o Homem obedece à “lei universal” (razão). Resumidamente esta ética é a consumação escatológica (final) do próprio homem.
Ora, como pode actuar o indivíduo num estado assim? Para Marco Aurélio a afirmação desta doutrina estóica, é revelada pela “natureza e razão” – O desejo e o impulso activo.
A “minha” natureza é a forma da razão que o homem reparte com os restantes homens, e a natureza “comum” é a “origem de tudo aquilo que acontece”. Para o estoicismo o que temos que fazer, como homens, é “viver de acordo com a natureza”.
Do ponto de vista pessoal, esta ética é transformadora, e benéfica emocionalmente. Podemos apresentar na relação com os outros homens uma vertente que está co – relacionada só connosco, e nunca com a natureza comum. Para vivermos felizes temos que agir segundo a lei interior da razão. Para nos tornarmos felizes temos que ser pacientes com os nossos impulsos naturais, ou será que não? Se calhar o segredo é não andar atrás de todas as borboletas que vemos.
.
ligações: 1
Baraquin, N, Laffitte, J, Dicionário de Filósofos, pag; 262-263, Edições 70, Setembro 2004
terça-feira, julho 29
Criatividade não é igual a sucesso académico

No âmbito do estudo, Pedro Alves realizou vários testes a alunos da Universidade do Minho, com vista a apurar o grau de criatividade dos indivíduos em questão. Depois cruzou a informação obtida com os resultados em termos de médias académicas. “ O que verifiquei é que os alunos de Psicologia eram os que tinham piores resultados nos testes de criatividade, mas também eram os que tinham notas mais elevadas”, explica.
Este fosso entre criatividade e resultados escolares tem várias interpretações, mas a principal centra-se sobre o modelo de avaliação em vigor.
“Tudo depende do sistema de avaliação. No ensino superior, que era o caso que estava em estudo, e também um pouco por todos os estabelecimentos de ensino do pais, aposta-se em conteúdos memorizados. Mas é claro quem podem também haver cursos, como arquitectura, em que a imaginação é mais valorizada”, adianta o autor da tese de mestrado sobre “Criatividade no Sistema de Ensino”.
Criatividade Subjectiva
“A criatividade no ensino é um tema polémico, uns pensam que esta é a solução para tudo, que se devia investir em força no ensino das artes, e outros posicionam-se exactamente ao contrário. As pessoas têm tendência a colocar-se nos dois extremos”, admite Pedro Alves, que acrescenta também a noção de criatividade pode ser subjectiva.
“Existem vários estudos sobre este tema que demonstram que esta questão de criatividade até pode depender da visão do professor. Estes estudos demonstram que aquilo que para os investigadores é a capacidade de obter novas ideias, a individualidade, a originalidade ou a independência, para o professor é, regra geral, aquele aluno que se dá bem na sala de aula, que estuda e cumpre… Que está de acordo com as ideias dele”.
Pedro Alves avança uma conclusão: ”é necessário valorizar a criatividade no ensino, até porque o mercado de trabalho cada vez mais exige essa característica”.
“Existem vários estudos sobre este tema que demonstram que esta questão de criatividade até pode depender da visão do professor. Estes estudos demonstram que aquilo que para os investigadores é a capacidade de obter novas ideias, a individualidade, a originalidade ou a independência, para o professor é, regra geral, aquele aluno que se dá bem na sala de aula, que estuda e cumpre… Que está de acordo com as ideias dele”.
Pedro Alves avança uma conclusão: ”é necessário valorizar a criatividade no ensino, até porque o mercado de trabalho cada vez mais exige essa característica”.
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Um Clássico da Discover Channel - I Love the World
Abril 2008.Client: Discovery Channel Agency: 72andSunny Creative Director: Glenn Cole CD/Designer: Bryan Rowles CD/Copywriter: Jason Norcross Agency Executive Producer: Sam Baerwald Agency Producer: Angelo Ferrugia Production Company: Outsider Director: James Rouse Director of Photography: Max Goldman Producer: Jeremy Barrett Editorial Company: Mad River Post Editor: Lucas Eskin Producer (Editorial): Ann KirkVFX: MethodVFX/Online Artist: Alex Kolansinski VFX Producer: Helena Lee Music: Beacon Street Studios Composer: Brian Chapman Producer (Music): Adrea Lavezzoli Sound Design: Lime Studios Mixer: Loren Silber Telecine: Company 3 Colorist: Stefan Sonnenfeld
Economia - uma das disciplinas da Filosofia Prática
As principais teorias económicas estão falidas. Porque se não estivesses, as coisas resultariam. As universidades continuam a profetizar o absurdo. As pessoas estão cansadas da crença mas também do sarcasmo intelectual da populaça. Mas vamos por partes.
Sabemos que o indivíduo está a individualizar-se, pleonasmo necessário, o homem surge como o fundamentalista de si próprio. Sendo um bocado poeta, diria que o Homem anda a reclamar-se, diria mesmo que estamos perante a mais pura das metamorfoses, e é na economia que se consegue identificar todo este processo. Mais, se a saúde se apresenta como uma necessidade cada vez mais necessária, é porque também ela é um reflexo directo e indirecto do Homem.
Quando vivemos este cenário só temos duas soluções: parar e pensar. O Senhor Primeiro Ministro José Sócrates, deveria perceber que é no saber pensar que se liberta o homem da sua menoridade. A primeira fase deste processo evolutivo passa por ajustar todo o sistema actual, e usar o conceito democracia para fundamentar as necessidades primordiais do indivíduo.
Ter por exemplo um emprego “vitalício” numa empresa é um atentado à própria condição criativa da -pessoa como indivíduo.
As instituições que se mantêm assim, são as entidades religiosas, porque se mantêm em “comunidade”, e por toda uma filosofia prática, contudo as reformas são também feitas nestas grandes instituições, Concilium do Vaticano II é um exemplo perfeito, mas uma reforma destas que envolve as necessidades humanas, é positiva, não é necessário alterar o selo do Vaticano (o equivalente aos logótipos contemporâneos), porque esta pressa em ver e apresentar resultados é quase diabólica, basta pensar nas ditas “doenças do século XXI”, que são maioritariamente de foro neuronal, isto quero dizer o quê? Que os “trabalhadores” estão a fugir de lugares de CEO para serem eles mesmo toda a instituição, daí o individualismo. As reformas são necessárias para manter os padrões actuais do indivíduo e não da mutante instituição que se afunda nos próprios valores desactualizados. Isto prova que os valores são fundamentais, e um bom sinónimo disto é a ética empresarial. Venha mais ética.
Sabemos que o indivíduo está a individualizar-se, pleonasmo necessário, o homem surge como o fundamentalista de si próprio. Sendo um bocado poeta, diria que o Homem anda a reclamar-se, diria mesmo que estamos perante a mais pura das metamorfoses, e é na economia que se consegue identificar todo este processo. Mais, se a saúde se apresenta como uma necessidade cada vez mais necessária, é porque também ela é um reflexo directo e indirecto do Homem.
Quando vivemos este cenário só temos duas soluções: parar e pensar. O Senhor Primeiro Ministro José Sócrates, deveria perceber que é no saber pensar que se liberta o homem da sua menoridade. A primeira fase deste processo evolutivo passa por ajustar todo o sistema actual, e usar o conceito democracia para fundamentar as necessidades primordiais do indivíduo.
Ter por exemplo um emprego “vitalício” numa empresa é um atentado à própria condição criativa da -pessoa como indivíduo.
As instituições que se mantêm assim, são as entidades religiosas, porque se mantêm em “comunidade”, e por toda uma filosofia prática, contudo as reformas são também feitas nestas grandes instituições, Concilium do Vaticano II é um exemplo perfeito, mas uma reforma destas que envolve as necessidades humanas, é positiva, não é necessário alterar o selo do Vaticano (o equivalente aos logótipos contemporâneos), porque esta pressa em ver e apresentar resultados é quase diabólica, basta pensar nas ditas “doenças do século XXI”, que são maioritariamente de foro neuronal, isto quero dizer o quê? Que os “trabalhadores” estão a fugir de lugares de CEO para serem eles mesmo toda a instituição, daí o individualismo. As reformas são necessárias para manter os padrões actuais do indivíduo e não da mutante instituição que se afunda nos próprios valores desactualizados. Isto prova que os valores são fundamentais, e um bom sinónimo disto é a ética empresarial. Venha mais ética.
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