quinta-feira, fevereiro 1

O futuro dos recrutadores

Não consigo perceber por que razão as empresas de recrutamento estão inundadas de técnicos com formação em psicologia, cuja rebeldia intelectual não está habilitada a integrar a diversidade da relação humana com o conhecimento acumulado do humanismo e competente do pensamento.
Não estou a dizer que os formados em psicologia a exercer cargos na área do recrutamento sejam uns incompetentes, não! O que estou a dizer é que o recrutamento, no atual paradigma, tem os dias contados.
A automação é já um risco concorrente às empresas de recrutamento, num futuro próximo surgirá um algoritmo que substituirá tais criaturas humanas e habilitadas a escolher pessoas para diferentes cargos e funções.
A tecnologia une as pessoas, mas não cria vínculos de relação.
A criação de vínculos de relação é função dos recrutadores, através do conhecimento que tem sobre o ser humano tem a obrigação de dar garantias e vínculos realistas que suportem uma visão empática sobre as funções e as motivações do trabalho. No entanto, o conceito de recrutador irá desaparecerá, pois os psicólogos, os recrutadores do presente, não têm conhecimentos teóricos nem práticos para tal desafio, nascerá um outro conceito, o de acolhedor.
A psicologia não acolhe, porque não está preparada para tal. Chegou a hora dos humanistas, dos filósofos, historiadores e antropólogos terem um papel integrador nas empresas, porque a sua natureza é de acolher e integrar sem complexos. 
Fiquei com esta percepção dos psicólogos recrutadores porque estou no mercado em busca de uma nova carreia! Entre entrevistas, open day e testes psicotécnicos não encontrei em algum momento algo que a automação não possa fazer. A grande vantagem que eu vejo na automação é que consegue ser menos intimidante do que o psicólogo recrutador.

segunda-feira, janeiro 22

segunda-feira, junho 5

Lugares comuns

Meia luz,
tons discretos de azul no sofá,
Spiritual
do Charlie Haden,
bolo de laranja no forno,
vinho,
sem rolha.
Olho pela janela,
estacionamento está vago,
ainda não chegou!
Mas vais chegar.
O bolo de laranja está no forno
Haden a terminar.
Estacionamento ocupado.
Comuns são os lugares preparados,

ambientados e a meia luz,
elevador desce - elevador sobe.
Ouço o que é material,
escuto o que é espiritual.


quarta-feira, maio 24

segunda-feira, maio 22

Quase lá


Nascia uma nova categoria sensível no momento em que entrava no teu carro, nada de muito profano mas também não muito sagrado.
Só vagas palavras podem descrever as deslocações históricas do movimento cinésico que nos espantavam durante o ócio contemplativo da viagem.
Foi sempre a viagem.
A nossa viagem.

quinta-feira, maio 18

FILMES (IR)REFLETIDOS: JORNADAS DE FILOSOFIA DO CINEMA



PROGRAMA


18 DE MAIO
Anfiteatro da Parada / Universidade da Beira Interior

9H30
Abertura oficial
Paulo Serra – Presidente da Faculdade de Artes e Letras

10H00
Crítica de cinema e experiência estética
Tito Cardoso e Cunha

Do cinema filosófico à filosofia cinemal
André Barata

Oh my god, it’s full of stars! O sublime em 2001 – Odisseia no Espaço
Luís Nogueira


14H00
Liv Ullmann: reflexões e sensibilidades de uma atriz melancólica
Ana Catarina Pereira e Anderson de Souza Alves

Peixes e Deuses: A condição humana em Lifeboat de Hitchcock
Ana Leonor Morais Santos

A estética de Tocha ou uma experiência do recolhimento
José A. Domingues

Falar com o cinema de Asghar Farhadi – carta aberta dirigida ao realizador iraniano: O Vendedor ou as interpelações que começam pela vingança
António Rebelo

sexta-feira, março 31

Anos 80


Quando um corte de cabelo consegue definir uma década é porque algo de errado existia naquele tempo.

segunda-feira, janeiro 30

sexta-feira, janeiro 27

quarta-feira, agosto 24

Encalhados


Diz-se encalhado a todo aquele que está onde não deve estar, ao ex-cêntrico -fora do centro-, aquele cuja função representa uma natureza modificada. Encalhado é o oposto do movimento, o que está parado.
No entanto, esta natureza extrema tem um sentido declarado de ilusão sobre uma liberdade ligada ao nada, a um não ser, a uma rejeição da sua virtude.
Há encalhados, e encalhados.

terça-feira, agosto 23

Acerca da Conquista no Amor


Dia após dia vamos sendo um bocadinho mais para nós. Esta sensação maravilhosa de conquista, de consciência que os relacionamentos são uma maratona e não um sprint, a sensação de ter todo o tempo do mundo para alguém, para nós.
É como se estivéssemos a tecer um tapete, o tapete das nossas vida, o tapete dos nossos Eus. Um tapete onde há desenhos mais ou menos bonitos. Um tapete que muitos vão querer pisar ou esconder no lugar das coisas perdidas.

Este tapete é um tapete inacabado, que procura estar em constante transformação. Sem tamanhos, sem formas, sem utilidades, só um tapete.
Somos os artesãos, somos as Moiras, somos aquilo que quisermos ser. No limite, seremos um tapete, um belo, mas imperfeito tapete.