segunda-feira, julho 7

Que fazer depois da licenciatura em Filosofia?

A minha experiência académica na área da Filosofia é quase impressionista. No Ensino Secundário não dava “uma para a caixa”, tinha notas miseráveis e vergonhosas. Olhando agora para o passado, percebo qual a função dos professores do Secundário. Pegar num livro, e tentar explicar a meia dúzia de alunos o que o próprio livro dizia e não o que o conteúdo dizia. Ora, este tipo de método só é viável aos que possuem uma boa memória. A memória é tão importante como uma conta bancária cheia de dinheiro. Existem pessoas cheias de dinheiro mas com o juízo harmonioso medíocre, e o inverso, é termos pessoas com juízos de valor excelentes mas do ponto de vista prático estam limitadas pelo "sistema". Isto é visível nos Políticos que decidem o que deve ser ensinado porque o sistema económico controla o ensino, ou seja, existe mediocridade nos Ministérios, tanto da Educação como da Economia. Nunca aprendi no Ensino Secundário a desenvolver-me na realidade do meu próprio "sistema", nem mesmo a discutir as exigências da minha própria existência.
Os Professores ainda hoje fazem testes e questões, não para incentivar o uso da razão e da criatividade, mas sim para saber se dominamos o “marranço”, lá está, a memória domina, mas não controla o sistema, porque vai entusiasmar e estimular a cábula.
Depois de terminar a licenciatura decidi não ser professor, porque em vez de poder ensinar aos meus amiguitos a pensar e a ter uma noção bela e empreendedora da vida, teria que perder tempo na burocracia dos ministérios, quem diz isto não sou eu, mas a maioria dos Docentes.
Todos os Licenciados têm licença para ensinar no quotidiano, partilhando com todos aqueles que se cruzarem, a verdadeira motivação da vida e pondo em prática a razão e a criatividade. Por isso deixo aqui um site como sugestão para se fazerem ao caminho da descoberta, foi assim que Parménides o exemplificou, também eu o exemplifico. Até lá, encontramo-nos na Terceira, quem sabe, poderá estar lá a oportunidade de crescermos filosoficamente na criatividade, emoção e na memória “física”.

3 comentários:

coisa pequenita.. disse...

Ola,

O meu nome é Filipa, estou no 3º ano da licenciatura em Filosofia com apenas 20 anos. Acontece que entrei para filosofia, mas não era o que pretendia, mas deixei-me ficar pois todos me diziam que o mais importante não é a licenciatura mas sim a pos-graduação nos dias de hoje. Acontece que não sei o que seguir, pois docência não esta no meu pensamento ou mesmo perfil. O unico problema é que não sei para que mestrado optar, pois sei que não vou ser aceite, pois mesmo com uma boa base como a Filosofia, não me dão hipoteses.
O que dizes no ter pequeno artigo aconteceu exactamente o mesmo comigo. Não sei o que seguintes depois da Filosofia, por isso estou com curiosidade :).

Espero não estar a ser inoportuna, mas por muito que se goste da Arte de Platão, essa não nos vai trazer frutos noutros campos.

Neste momento estou seriamente preocupada em ter uma carreira, mas tambem em ter chances de a conseguir.

Espero nao ser aborrecida, apenas quero saber uma opinão de outro filosofo que não optou dela docência.

Cumprimentos,

Filipa Loureiro

Unknown disse...

Uma dúvida... Quando é que faz metafísica?? É dps da pos?

Guilherme Castanheira disse...

Olá, Viva!

Filipa, o mais importante é o PER-curso. Podemos falar por email, é mais prático.
José Luís, não entendi a tua pergunta. Podes reformular por email?
Um abraço aos 2