Quero começar este devaneio com o sinonimo de caridade :”amor ao próximo, benevolência, esmola, compaixão…”, mas numa altura tão consumista e cujas saudades já me estão a apertar e falo obviamente das campanhas das grandes superfícies comerciais que dentro em breve estarão a rebentar em todos os meios de comunicação da forma mais patética e delirante com o tema -“Regresso às aulas”, é importante referir um tema que me tem alertado a consciência. Quanto custa a caridade? Se retirarmos toda a conotação significativa que a palavra ou a acção tem, ficamos com o quê? Tudo. Caridade existe todos os dias sem que nos apercebamos, mas numa época (acho que sempre foi assim) em que tudo se paga e em que as pessoas parecem que necessitam de pagar como forma de caridade ou sei lá porquê, fico inquieto com a esmola, porque se as pessoas praticam a caridade e depois começo a reflectir de forma compulsiva sobre o verbo praticar e entro num marasmo antagónico de sensações que me enlouquecem, até mesmo enquanto escrevo este post fico raivoso, não percebo, devem ser das hormonas do pré regresso às aulas.
Toda esta problemática começou à uns tempos, no funeral de uma tia minha, em que eu lia de forma descontraída -A queda de A. Camus, junto a um riacho refrescante que vinha dos verdes lados do Caramulo, mas enquanto lia -a queda, o autor referia que adorava praticar caridade, mas não era uma caridade qualquer, era quase como uma vontade infernal de ajudar o próximo, ele era um caça caridades, é claro que isto deixava-me a rir loucamente e com vontade de me afogar para não ter que envergonhar mais os últimos visitantes da minha tia. Queria tanto ser como ele, falo do anjo que entretanto levava solenemente a minha rica tia, que era irmã da já falecida Glória, minha avó. Mas acho que Camus não queria que o seguíssemos na caridade, aquilo era mais uma critica inteligente à sociedade da época que se mantém actual. Quando se faz ou pratica caridade, não devemos nem podemos olhar para trás, não. A caridade não se compra, dá-se de forma canibalesca, como?
Experimentem.
Toda esta problemática começou à uns tempos, no funeral de uma tia minha, em que eu lia de forma descontraída -A queda de A. Camus, junto a um riacho refrescante que vinha dos verdes lados do Caramulo, mas enquanto lia -a queda, o autor referia que adorava praticar caridade, mas não era uma caridade qualquer, era quase como uma vontade infernal de ajudar o próximo, ele era um caça caridades, é claro que isto deixava-me a rir loucamente e com vontade de me afogar para não ter que envergonhar mais os últimos visitantes da minha tia. Queria tanto ser como ele, falo do anjo que entretanto levava solenemente a minha rica tia, que era irmã da já falecida Glória, minha avó. Mas acho que Camus não queria que o seguíssemos na caridade, aquilo era mais uma critica inteligente à sociedade da época que se mantém actual. Quando se faz ou pratica caridade, não devemos nem podemos olhar para trás, não. A caridade não se compra, dá-se de forma canibalesca, como?
Experimentem.